Assaltado com pedrada, Neto esbraveja no ar e deixa escapar antigos preconceitos

Márcia Pereira

Publicado :

O apresentador Craque Neto foi vítima de assalto pela Gangue da Pedrada. Revoltado, foi ao ar esbravejar, chegando a oferecer recompensa para quem recuperasse o celular roubado. Agora, o que vemos é um discurso desalinhado com as pregações libertárias as quais o Craque costuma fazer nos seus programas. Acompanhe aqui.

A notícia de que Neto e o seu produtor haviam sido vítimas da ‘gangue da pedrada’ repercutiu nos principais meios de comunicação. O vídeo registrado por uma câmera de segurança detalha a ação dos criminosos, já conhecidos pela forma com que agem: os meliantes quebram a janela dos automóveis com uma pedrada, assustando quem estiver dentro, agarram os itens de valor e fogem.

No registro, é possível ver Neto reagindo, e indo atrás do bandido. Na edição do programa de quinta-feira 06 de julho, ele falou sobre o acontecimento no ar, durante Os Donos da Bola. O que vemos, pelo seu posicionamento, mostra um Neto não tão good vibes assim; entenda.

Ninguém é obrigado

Problema comum no sudeste do Brasil, os assaltos violentos são um forte indício de como a desigualdade social e a exclusão afetam diretamente a violência urbana. Neto, que durante o assalto sofreu alguns cortes no braço e estilhaços de vidro dentro do olho, bradou no ar:

“Não tenho medo de bandido, de vagabundo, de safado de ladrão. E você que é o chefe da quadrilha, que estava com o carro do lado, meu irmão, manda entregar o celular aqui na Band, vou mandar te pegar, vai pegar você, vai pegar sua família, vai pegar todo mundo. Você vai devolver o celular ou vai comprar outro, e vai entregar aqui na Band, vai entregar na portaria. Se você não entregar, eu vou te achar. Vocês têm até segunda-feira”, disparou Neto.

[…]

“A verdade, se eu pego aquele moleque na hora que eu puxo ele, eu boto a cabeça dele, e piso em cima. ‘Ah, mais você está errado Neto’ Dane-se que eu estou errado. O que o Cascão comprou o celular, foi com o dinheiro dele, com a vida dele. Estou errado de correr atrás do bandido, estou errado de correr para pegar ele. Se eu pego, irmão, eu não sei o que eu ia fazer, mas eu não ia ser bom para ele. Quando esse moleque entrou, eu não estou nem ai que ele é criança, não estou nem ai que ele tem 15 anos. A sorte dele foi essa, porque eu segurei ele pelo pescoço, mas não consegui ficar. Porque se eu fico, você estava sem dente, você ia comer de sopinha, só sopa”, completou.

Revolta e consternação

Casos como esse revelam como estamos expostos, e como a violência urbana afeta a todos sem distinção. Apesar disso, contudo, não podemos deixar de prestar atenção no discurso incompatível de Neto, o qual tem se esforçado para aparecer cada vez mais como um sujeito alinhado com os ideais contemporâneos (aprovados pelo Tribunal da Internet). Em seus pronunciamentos durante seu programa, Neto parece estar sempre fazendo bastante esforço para ficar alinhado às pautas da equidade de gênero, combate ao racismo, homofobia, injustiça social, etc. 

Dessa forma, por mais que haja raiva envolvida, fazer um discurso no estilo “bandido bom é bandido morto” soa, no mínimo, hipócrita. 

Veja o lance do assalto:

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