Se engana quem pensa que o preconceito é coisa de lugares atrasados. A suposta superioridade europeia, sempre fingindo estar à frente quando o assunto é civilidade, tem se dissolvido frente aos escândalos deflagrados nos últimos tempos. Quando o assunto é esporte então, nem se fala. Nos gramados espanhóis, o racismo contra Vini Jr. demonstrou que a Espanha ainda engatinha na discussão sobre o tema. Agora, uma denúncia vinda pelos lados da Suécia mostram uma faceta terrível sobre a violência contra as mulheres. Parece que sempre haverá questões quando o assunto for futebol feminino.
Calcinha abaixo
A denúncia veio por parte de uma ex-zagueira da seleção nórdica. Isla Fischer, atualmente com 38 anos, tem feito participações na versão sueca da Dança dos Famosos, como forma de divulgar o lançamento da sua biografia. É lá de onde saem detalhes impressionantes, que deixaram a comunidade de cabelo em pé. Segundo ela, para participar da Copa de 2011, toda a Seleção sueca foi obrigada a mostrar os genitais para uma equipe médica, sob o comando da fisioterapeuta do time e alguns doutores. Antes disso, tinham sido induzidas a não rasparem os órgãos, sem dar maiores explicações sobre o que viria a acontecer. A narrativa é, no mínimo, incômoda. Acompanhe o relato abaixo:
Isla abre o jogo
São relatos presentes no novo livro de Isla:
“Fomos informados de que não deveríamos nos raspar ‘lá embaixo’ nos próximos dias, e que mostraríamos nossa genitália ao médico […] Pensamos: ‘por que somos forçadas a isso agora? Deve ter outras maneiras de provar o gênero. Devemos recusar? Mais, ao mesmo tempo, ninguém queria arriscar a oportunidade de jogar numa Copa do Mundo. Tem que fazer, não importa o quão doente e humilhante pareça”
“Eu entendi o que tinha que fazer e rapidamente abaixei a calça e a calcinha de treino […] A fisioterapeuta acena com a cabeça e diz ‘Sim’, olha para o médico, que está de costas para a minha porta […] Quando todas em nossa equipe são examinadas, ou melhor, têm suas vaginas expostas, nosso médico da equipe pode assinar que a seleção sueca de futebol feminino é composta apenas por mulheres”.
Questões de Gênero
O episódio, conduzido por responsáveis da FIFA, é tido por muitos como ‘humilhante’. Na época, em 2011, havia suspeitas relacionadas à presença de pessoas transgêneras atuando nas seleções femininas.
A discussão da transsexualidade no esporte tem sido um tema controverso, influenciado por diversas linhas de pensamento e tendências momentâneas. Enquanto acadêmicos e militantes de movimentos sobre sexualidade levantam a bandeira de “ser quem quiser ser”, outros defendem um critério maior dentro das modalidades esportivas, considerando a diferença de força e habilidade relacionadas à maioria dos esportes. Segundo eles, transsexuais se beneficiam não somente da sua biologia natural, como também através do uso de hormônios, o que lhes dá uma vantagem fora do comum em relação a competidores que não vivem a mesma realidade.
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Amanda Alvarez aprendeu com o seu pai todas as regras do futebol. Podia ser árbitra, se não tivesse escolhido o Jornalismo com ênfase em cobertura esportiva. Esteve nas Copas do Qatar e da Rússia, repercutindo o Mundial de Futebol para o público brasileiro. Torcedora do Santos, é súdita do Rei Pelé e Lucas Paquetá.