Insalubridade: Narradoras da Globo irão enfrentar condições adversas para cobrir Mundial

A data da Copa do Mundo Feminina está cada dia mais próxima. Determinada para acontecer entre a Austrália e Nova Zelândia, lidamos com um fato nada interessante: o fuso horário irá atrapalhar não somente a transmissão, mas a possibilidade de desfrutar uma Copa do jeito que o brasileiro gosta: com folga!

Por conta disso, desde o anúncio, o público vem sendo informado de que a “cobertura” não será tão ‘coberta’ assim: número reduzido de profissionais… e de jogos a serem transmitidos. Por enquanto, na TV aberta, estão agendados para serem exibidos apenas 07 jogos de todo evento. E todos em horários complicados!

Apesar dos pesares

Apesar disso, é preciso sim cantar vitória. Há pouco tempo sequer discutíamos a presença de mulheres em narrações de futebol, muito menos as víamos conquistando tanto espaço em suas carreiras. É por essas e outras que o trio Renata Silveira, Natália Lara e Isabelly Morais tem muito o que comemorar: apesar de enfrentarem o frio e o sono em faixas de horário nada convidativas, o feito é grande para os currículos! Comandar um Mundial de Futebol em rede nacional não é para qualquer uma.

O trabalho está dividido da seguinte forma: Renata vai dividir com Luis Roberto as transmissões do sinal da Globo, enquanto Natália e Isabelly se revezam nos sinais da SporTV, juntamente com Luiz Carlos Jr. e Daniel Pereira. O SporTv exibirá, pelo menos, 34 partidas do evento, além das cerimônias de abertura e encerramento.

Conforto e confiança

Renata Silveira é, sem dúvida, o rosto mais conhecido. Afinal, tem sido evidente os esforços da emissora em validar a sua presença frente às partidas. Renata alega já estar acostumada a ser pioneira em muitas coisas da sua vida, mas lamenta o fato de que ainda não haja tanta inserção assim, e que as coisas seriam bem mais fáceis se outras já tivessem percorrido esses trilhos antes:

“É legal, mas quem dera que outras mulheres já tivessem feito isso, porque a gente teria menos responsabilidade, menos pressão, menos cobrança, menos hate. Mas que bom que estamos aqui para representar e ocupar esse espaço, e estamos ocupando muito bem” afirmou.

Agora é que são elas

Natália e Isabelly, são só sorrisos. Relegadas à uma audiência mais restrita da TV a cabo, não precisam lidar com todo o julgamento e estranheza tão comuns à carreira de Silveira. Ainda sem saber como vai lidar em relação ao fuso, Natália afirmou estar preparada, e que narrar um Mundial Feminino é realizar um sonho.

Já Isabelly, popularmente conhecida por ‘Eminem de Itamarandiba’ (por manter um ritmo de pronúncia rapidíssimo durante seu trabalho), se mantém firme em reconhecer o feito histórico que é ter mulheres narrando um evento de mulheres:

“Nós contamos pouco as histórias das atletas brasileiras ao longo da história. Juntar tudo isso com a oportunidade de ter a voz de uma mulher contando a história de uma mulher atleta é lindo e muito potente, porque a gente junta duas situações que foram muito marginalizadas na história” afirmou orgulhosa.

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