Em abril de 2014, o Brasil perdeu um de seus maiores narradores esportivos: Luciano do Valle. Reconhecido por sua voz marcante e pela inovação que trouxe à televisão, ele deixou um legado que transcende épocas e plataformas.
Ao longo de sua carreira, Luciano desempenhou um papel fundamental na popularização de modalidades esportivas, além do soberano futebol, e na formação de grandes profissionais da comunicação.
A consolidação da Band como o canal do esporte
Luciano do Valle iniciou seu projeto visionário em 1983, ao levar sua paixão por esportes para a Band. Com o “Show do Esporte“, ele colocou a emissora como referência no segmento esportivo.
Durante quase duas décadas, ajudou a popularizar nomes como Rui Chapéu (sinuca), Magic Paula e Hortência (basquete), criando espaço para modalidades que antes recebiam pouca atenção.
Mesmo após o falecimento de Luciano, a Band continua mantendo a tradição. Programas como “Jogo Aberto” e “Os Donos da Bola” seguem como carro-chefe da audiência esportiva da emissora. Além disso, transmissões exclusivas da NBA e eventos como a Copa do Mundo feminina continuam a atrair um público fiel.
Vôlei: o divisor de águas no Maracanã
Uma das iniciativas mais emblemáticas de Luciano foi o “Grande Desafio de Vôlei” em 1983. O evento, que colocou 95 mil pessoas no Maracanã para assistir ao confronto entre Brasil e União Soviética, é considerado um marco na história do esporte.
Graças à visão de Luciano, o vôlei passou a ser visto como um esporte viável para investidores e amado pelo público brasileiro. Além do impacto imediato, a iniciativa abriu caminho para o crescimento do vôlei como uma das modalidades mais praticadas e assistidas no país.
Essa nova realidade foi essencial para atrair patrocinadores e consolidar o esporte como um dos mais robustos no Brasil. Luciano mostrou que o brasileiro tinha paixão pela modalidade, incentivando novos projetos.
NFL: a aposta em um nicho que conquistou gerações
Nos anos 1980, quando o futebol americano era praticamente desconhecido no Brasil, Luciano do Valle ousou transmitir o Super Bowl. Sua iniciativa foi fundamental para introduzir a NFL ao público brasileiro, formando um nicho fiel de entusiastas.
Embora as transmissões tenham sido interrompidas em 1998, a semente plantada por Luciano deu frutos. Poucos anos depois, comentaristas como Everaldo Marques e Paulo Antunes ajudaram a consolidar o futebol americano como uma paixão para muitos brasileiros.
Esse esforço inicial foi crucial para romper barreiras culturais e trazer mais visibilidade ao esporte entre os nascidos em terras tupiniquins. Um feito e tanto!
Pupilos que continuam o legado
Além de transformar a forma como o esporte era exibido, Luciano do Valle também influenciou diretamente a carreira de muitos profissionais da área. Nomes como Neto, hoje apresentador na Band, e Nivaldo Prieto, narrador de jogos importantes no Fox Sports, são exemplos claros de seu impacto.
Outro destaque é Elia Júnior, que segue no BandSports, mantendo vivo o espírito esportivo impulsionado por Luciano. Até mesmo veteranos como Álvaro José encontraram espaço para crescer dentro do “Show do Esporte“, reforçando o conceito de excelência em transmissões.
Cada um desses profissionais carrega em sua trajetória a marca do aprendizado com um dos maiores narradores da história.
Uma herança que resiste ao tempo
Seja pela inclusão de novas modalidades ou pela formação de talentos, Luciano do Valle deixou uma marca inapagável na história do esporte no Brasil. Sua trajetória inspira profissionais, atletas e espectadores, lembrando a todos que o esporte tem o poder de unir, emocionar e transformar vidas.
Com iniciativas visionárias e uma paixão contagiante, Luciano permanece como referência, mostrando que seu legado vai além das transmissões: ele está na essência do que significa viver o esporte. Seu nome continuará sendo lembrado como símbolo de dedicação e inovação no jornalismo esportivo.
Veja no YouTube um compilado com a 10 melhore narrações de Luciano do Valle na Bandeirantes:
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Mateus Taz sempre sonhou em ser jogador, mas descobriu no Jornalismo Desportivo seu grande dom. Tem 40 anos, pai de família e já correu na Maratona São Silvestre. Estudou produção cultural na Universidade Federal da Bahia e colabora em um projeto de Letramento para crianças carentes da periferia de Salvador. É fã do Bahia, mas gosta mesmo é de acompanhar os jogos das Ligas Internacionais. Erling Haaland, o Terminator, é seu ídolo.