A trajetória do São Paulo FC: De clube da elite ao “mais popular”

Exploramos a história e o presente do São Paulo Futebol Clube, destacando sua transição para um perfil mais popular e acessível

O São Paulo Futebol Clube, ao longo de sua trajetória, consolidou-se como um dos maiores clubes do Brasil, com uma história que mistura conquistas, tradição e identidade cultural.

Hoje, em 2025, o clube abraça uma nova fase, em que busca se reconectar com suas raízes populares e resgatar a essência que o tornou tão querido por torcedores de todas as classes sociais.

O São Paulo e suas raízes: um clube de todos os paulistanos

Quem visitou o Estádio do Morumbis em 2024 ou o viitar em 2005 não pode deixar de notar a frase “O Mais Popular” estampada com destaque em uma das arquibancadas. Este lema reflete uma fase de reconexão entre o São Paulo e suas origens, por meio de ingressos mais acessíveis e iniciativas voltadas ao torcedor comum.

Porém, essa tentativa de aproximar o clube da massa popular não é apenas estratégica. Resgata a essência da instituição, fundada em 1930, resultado da união entre a Associação Atlética das Palmeiras e o Club Athletico Paulistano.

Embora suas origens fossem ligadas à elite paulistana, o que é inegável, o São Paulo sempre teve um apelo que transcendia as classes sociais.

Na virada do século XX, São Paulo era uma cidade marcada pela diversidade cultural e pelo crescimento acelerado. Conforme aponta Lucas Bueno, pesquisador da história tricolor que prestou consultoria pra o Lance, clubes como o Paulistano, antecessor do São Paulo, eram vistos como representantes do Brasil.

De clube da elite a paixão popular

A visão de clubes paulitas como nacionais acontecia devidoà dominação de clubes estrangeiros na Liga Paulista de Football (LPF). Apesar de sua origem aristocrática, o Paulistano conquistou uma torcida abrangente, que posteriormente migraria para o São Paulo.

Nos primeiros anos, o São Paulo carregava o espírito do “clube da cidade”, agregando torcedores de diferentes camadas sociais. Este fenômeno se intensificou após a Revolução Constitucionalista de 1932, quando o clube reforçou sua identidade paulista e nacionalista.

Ao longo das décadas, no entanto, a construção do Morumbi, em uma área nobre e de difícil acesso, somada às declarações de dirigentes que reforçavam estereótipos elitistas, afastou parte do público popular.

Ainda assim, como mostra a pesquisa DNA Paulistano, realizada pelo Datafolha em 2008, o clube sempre manteve uma presença significativa em bairros periféricos da capital, como Parelheiros, onde lidera a preferência entre os torcedores.

Visão panorâmica do Morumbi. Ao redor do etádio, se vê algumas etradas que recortam majoritariamente terremos aplanados, com grama e ou terra. Há algumas casas, poucas e brancas, no canto superior direito da imagem. Na parte inferior, logo abaixo o estádio, há três piscinas e tom azulado, um galpão extenso e duas quadras esportivas formando o que parece ser o rascunho de um clube com opções de esporte e lazer..

Mobilidade e preços acessíveis: O retorno da torcida ao Morumbi

Nos últimos anos, várias iniciativas têm ajudado a reverter o distanciamento entre o São Paulo e sua torcida popular. A inauguração de estações de metrô próximas ao Morumbi, como a São Paulo-Morumbi, em 2018, facilitou o acesso ao estádio.

Além disso, a política de ingressos mais baratos, adotada em contraste aos rivais que operam arenas modernas e caras, trouxe de volta ao Morumbi aquele torcedor apaixonado que faz a diferença nas arquibancadas.

“O impacto do metrô foi decisivo para melhorar as médias de público do São Paulo, que hoje ultrapassam 30.000 torcedores por partida. Isso só foi possível por mudanças tanto na infraestrutura quanto na abordagem do clube”, afirmou Lucas Bueno.

Em 2023, mesmo sem títulos expressivos, o São Paulo alcançou 13 jogos com público superior a 50.000 torcedores, uma marca histórica. Parte desse sucesso deve-se à comunicação direta com a torcida, que hoje se sente mais representada pelo clube.

A voz da torcida: um clube de todos

Bi Goes, influente torcedora são-paulina com mais de 600 mil seguidores nas redes sociais, reforça o papel das arquibancadas na transformação do clima no estádio:

“O futebol é do povo. São essas pessoas que fazem a festa e empurram o time. O Morumbi ferve hoje em dia”, disse.

Segundo Bi, a popularização não foi apenas uma estratégia de marketing, mas se consolidou como parte da identidade do clube:

“No princípio, o foco era atrair mais torcida para apoiar o time em momentos difíceis. Hoje, isso virou um aspecto essencial do que é ser são-paulino”, concluiu

O equilíbrio entre tradição e modernidade

Mesmo em tempos desafiadores no campo esportivo, o São Paulo demonstra que não é apenas um clube, mas um reflexo da diversidade paulistana.

Com a combinação de história rica, mobilidade aprimorada e iniciativas de inclusão, o Tricolor mostra que, apesar de suas origens elitizadas, o futebol sempre foi e sempre será do povo.

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