O experiente narrador esportivo Oliveira Andrade foi dispensado pela Record recentemente. Em um comunicado público divulgado na época, a Record agradeceu a parceria com Oliveira Andrade no início do Campeonato Paulista, mas não forneceu detalhes sobre os motivos que levaram à decisão de encerrar sua participação na equipe de narradores.
Com uma carreira que ultrapassa 40 anos, Oliveira viu na oportunidade de narrar os jogos do Paulistão na TV aberta um salto significativo em sua carreira, dada a relevância da competição. No entanto, foi surpreendido com a demissão após apenas dois jogos de narração: “Me colocaram no céu e de repente me levaram ao inferno”, afirmou em entrevista ao Estadão.
Tribunal da internet
Nesta mesma entrevista, Oliveira expressa descontentamento com a possibilidade de sua demissão estar relacionada ao seu estilo de narração único, caracterizado por ele como próprio e autêntico. Ele critica a decisão baseada em possíveis críticas nas redes sociais, destacando que as redes sociais são, em sua opinião, um “verdadeiro esgoto”.
“Hoje estamos sujeitos ao tribunal da internet. Teriam tido muitas críticas a mim lá. Mas, se a empresa for se pautar pela rede social, o Galvão Bueno não teria tido a carreira que teve. (…) As redes sociais são um verdadeiro esgoto. Eu até evito de ler isso aí (as críticas), ficar vasculhando a internet. Mesmo se me pedissem para mudar meu estilo de narração, depois de 40 anos de profissão, não mudaria”, desabafou.
Falta de justificativa clara
A falta de uma conversa prévia com a direção de jornalismo da Record antes do corte contribui para a insatisfação de Oliveira. A notícia da demissão foi comunicada por telefone, informando apenas que não havia interesse em continuar com Oliveira Andrade no quadro de narradores da emissora.
Além disso, o narrador destaca sua contribuição positiva para a audiência da Record no Campeonato Paulista. Na estreia, o jogo Corinthians x Guarani registrou a melhor audiência desde o início da cobertura em 2022, atingindo 9,4 pontos segundo a Kantar Ibope. Ao mesmo tempo, reconheceu que estava “nervoso” na sua primeira partida
“Muita gente em cima, não conhecia todos os jogadores do Guarani, errei algumas vezes. Mas qual narrador não erra?”, afirmou o narrador, num momento de autocrítica.
Prejuízo moral e possível aposentadoria
O narrador destaca o “prejuízo moral” como uma consequência da demissão e busca ressarcimento financeiro junto à emissora. Recebendo apoio de colegas como Walter Casagrande e Neto, Oliveira revela que, mesmo aberto a novas propostas, considera a possibilidade de encaminhar sua carreira para a aposentadoria.
Ele observa uma busca por novos talentos na narração, especialmente no streaming, com estilos diferentes do seu. Destaca a “gritaria” como a moda atual na narração esportiva, algo que não condiz com seu estilo mais calmo, moldado ao longo de décadas de carreira.
“A moda atual na narração é ‘gritaria’. Aprendi, ainda nos meus primeiros anos na Globo, que a linguagem de TV é de apoio. Narrador tem que dar o tempo para o telespectador respirar. (…) Sem citar nomes, mas há aqueles que vibram até com o arremesso de lateral. Não é o meu estilo”, afirma Oliveira.
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Márcia Pereira é jornalista, mãe e amante de esportes. Possui formação acadêmica pela Universidade Federal do Paraná. Tendo sido atleta por muitos anos, sua área de atuação hoje é o jornalismo esportivo, como forma de estar próxima do que sempre amou e acredita. É Flamenguista roxa e tem Zico como seu grande ídolo do esporte. É fã de Gabigol.