Primeiro atleta a posar nu no país, Vampeta dá detalhes de momento icônico de sua carreira

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Vampeta abriu o jogo no podcast ‘Acompanhadas’ sobre o processo de ter posado nu. Ele foi o vanguardista no país, ao aceitar mostrar como veio ao mundo, ajudando a diminuir o preconceito e abrindo espaço para outros atletas a fazerem o mesmo.

Natural de Nazaré das Farinhas, Bahia, o atual comentarista esportivo e ex-ídolo dos gramados, Vampeta, foi o primeiro atleta de renome a posar nu em uma publicação massiva, para todo o país. Em entrevista ao podcast ‘Acompanhadas’, ele revelou, sempre bem-humorado, como foram os detalhes do processo, que o alçaram a um posto nunca antes visto no Brasil. 

O ano era 1999. A revista G Magazine era uma publicação recente, com foco em nus masculinos, voltada para o público homossexual. Vamp, hoje com 49 anos, afirma que encontrou com o dono da revista, por acaso, durante uma confraternização após uma pelada, na cidade de São Paulo. Divertindo-se e bêbado, ele tomou conhecimento de que ali estava o dirigente da publicação, e de que Alex Sanches, ex-dançarino do Kebradeira, havia acabado de sair na capa, o que dava algum respaldo. 

Se beber, não assina!

A proposta veio por parte do próprio Vampeta, àquela altura já embriagado:

“O dançarino Alex (da banda Kebradeira) tinha acabado de posar nu e estava na mesa com a gente. Aí falaram: ‘quero ver algum jogador ter a coragem de posar nu’. Eu, já de fogo, ganhava R$ 25 mil (como jogador do Corinthians), disse para o Levi (da revista), que estava na mesa: ‘eu tenho coragem!’. Eu já tinha tomado umas oito caipirinhas. E falei: ‘me dá R$ 100 mil’ (quatro salários meus). Ele me deu um cheque na hora. O cheque compensou no dia seguinte e eu tive que posar (risos). Na época, o Corinthians tinha acabado de ganhar o campeonato brasileiro.”

Em adição, Vamp afirmou ter feito as fotos sem comunicar a ninguém, tendo refugiado-se imediatamente na Bahia para tirar férias. A data marcada para que as revistas chegassem às bancas era 3 de Janeiro, e quando isso aconteceu, o telefone não parou mais de tocar. Amigos, familiares e o próprio empresário condenaram sua atitude, em reprovação. O que, segundo ele, não deu em nada. Hoje, Vampeta guarda cerca de 20 exemplares da revista em casa, com muito carinho, certo de que essa decisão mudou a sua vida.

Abre-alas

Além de não ter dado nada em termos de condenação pública, o efeito foi realmente o contrário. Vampeta foi alçado à condição de celebridade, e também de sex symbol. Descontraidamente, afirma que a publicação fez bem para sua vida pessoal, tendo aumentado a sua vida sexual, seu padrão estético, e a possibilidade de contratos e interações. 

Além disso, Vamp tem plena noção de ter aberto alas para que outros atletas fizessem o mesmo, como Dinei, Túlio, e tantos outros depois dele. 

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