Transfobia ou pertinência? As questões de gênero seguem impactando o mundo dos esportes, nos convidando para o debate. O jornalista inglês Piers Morgan teceu duras críticas a Quinn, atleta transgênero não-binário da seleção canadense, por disputar a Copa do Mundo Feminina.
Não-binarismo
De acordo com as novas cartilhas de gênero e sexualidade, o não-binarismo é a categoria das pessoas às quais não se identificam com qualquer gênero, seja ele masculino ou feminino. Para além de não se identificar, adotar o termo significa protestar contra o sistema, atacando a ideia pré-estabelecida de que as pessoas precisariam ser homem ou mulher.
Morgan argumentou que, como um sujeito que “não quer ser identificado” como mulher, Quinn não deveria poder disputar a Copa do Mundo Feminina. A declaração foi feita durante um debate no programa “Piers Morgan Uncensored”.
Gêneros e Transgêneros
O debate foi profundo, gerando bastante questionamento para quem assistiu. O jornalista, cheio de opiniões pessoais muito claras, disse não compreender o modo com o qual Quinn se identifica, afirmando que entende que uma pessoa transgênero deveria, literalmente, trocar de gênero. Quinn chegou a fazer a cirurgia de redução de mamas, e exibe isso orgulhosamente em suas redes sociais.
Piers Morgan chegou a fazer uso do pronome “she” (“ela”) para se referir a Quinn, corrigindo-se – ou sendo corrigido pelos outros debatedores — para usar “they” pronome neutro na língua inglesa
Quinn, do Canadá
Quinn é a primeira pessoa trans não-binária a ganhar uma medalha de ouro olímpica, e lançou um programa de incentivo à participação de pessoas de diferentes gêneros no esporte.
A crítica de Piers Morgan foi condenada por muitas pessoas, que acusaram o jornalista de transfobia, prática comum adotada contra qualquer pessoa que se aventure a questionar as novas imposições de gênero e sexualidade. Quinn também respondeu à crítica, dizendo que está orgulhosa de ser uma atleta transgênero e que espera inspirar outras pessoas a serem elas mesmas.
A discussão sobre a participação de pessoas transgêneras no esporte é complexa e ainda não há consenso sobre o assunto. No entanto, é importante lembrar que todas as pessoas têm o direito de praticar esportes, independentemente de sua identidade de gênero.
Veja no Twitter:
Siga @esporteemidiabr no Instagram e Twitter e tenha acesso às nossas novidades através das redes sociais.
Aposta nas melhores casas de apostas do dia 12 de Dezembro 2024
Amanda Alvarez aprendeu com o seu pai todas as regras do futebol. Podia ser árbitra, se não tivesse escolhido o Jornalismo com ênfase em cobertura esportiva. Esteve nas Copas do Qatar e da Rússia, repercutindo o Mundial de Futebol para o público brasileiro. Torcedora do Santos, é súdita do Rei Pelé e Lucas Paquetá.