Nada chama mais atenção nos esportes atualmente do que todo o esforço da Liga Saudita em aparecer. E aparecer, para eles, é gastar dinheiro! A Copa do Qatar foi somente a estreia de um plano engenhoso, de se destacar no cenário mundial, como forma de estabelecer uma Liga competitiva, que atraia investimentos.
Mas você já pensou de onde sai essa grana toda?
Montados na grana
Não foi só a Copa do Mundo que chamou atenção. As contratações surpresa de Cristiano Ronaldo e Karim Benzema também fizeram todos os olhos se voltarem para o deserto. Vale lembrar da derrota em fevereiro de 2023 do Flamengo para o Al-Hilal. São eventos bastante chamativos, que fazem todos se perguntarem de onde vem tamanho investimento.
A ordem veio pelo Governo Saudita, que determinou que os clubes de futebol apresentassem suas demonstrações financeiras. Curiosamente, as planilhas entregues não são muito detalhadas, como as ocidentais, mas ajudam a ter uma noção dos ganhos e gastos.
O que diz o relatório
Os dados apresentados informam muita desigualdade entre os clubes. A primeira divisão saudita teve um faturamento estimado em 3,9 bilhões de reais em 2022, podendo facilmente passar de 4 bilhões, se não fossem os dados omitidos pelo Al Ahli. Este, curiosamente, é o maior clube da Liga, com lucro de 1 bilhão, enquanto os outros estão na casa dos 170 milhões de reais por ano.
De onde vem o dinheiro
Enquanto no Brasil a maior parte da receita é gerada por patrocínios, transferências de profissionais e direitos de transmissão, na Arábia Saudita é o governo quem distribui dinheiro ao times, por meio do Ministério dos Esportes. É a maior e praticamente única entidade de financiamento do futebol deles.
Note-se que os valores de bilheteria e direitos de transmissão, incluídos na lista como ‘diversos’, são pouco representativos. O que reforça a ideia de que esse é um futebol que ainda não se sustenta.
Todo o investimento vem de cima, e não há lucro. Os patrocínios são altos, havendo bastante investimento por parte dos donos, e doações de príncipes e empresários.
É esse aporte de dinheiro que permite compras ousadas, como aconteceu com Benzema e CR7.
Em 2022, apenas dois clubes fecharam a planilha com lucro dentro de casa. Essa é uma prova irrefutável de que o futebol saudita ainda precisa comer muito feijão com arroz para, de fato, aparecer. Veja abaixo a planilha apresentada:
Clube | Diversas | Patrocínios | Atletas | Doações | Governo | TOTAL |
Al Hilal | 126 | 291 | 0 | 367 | 203 | 987 |
Al Nassr | 136 | 137 | 12 | 223 | 159 | 667 |
Al Ittihad | 99 | 121 | 16 | 11 | 227 | 473 |
Al Shabab | 43 | 34 | 50 | 0 | 142 | 269 |
Al Fateh | 14 | 6 | 3 | 10 | 137 | 170 |
Al Taawon | 51 | 5 | 6 | 5 | 102 | 169 |
Al Feiha | 23 | 2 | 1 | 15 | 116 | 157 |
At Ettifaq | 17 | 6 | 10 | 11 | 111 | 155 |
Al Faisaly | 13 | 9 | 0 | 2 | 126 | 150 |
Al Baten | 9 | 2 | 1 | 2 | 113 | 126 |
Al Taee | 15 | 6 | 0 | 3 | 100 | 125 |
Al Raed | 14 | 5 | 1 | 0 | 102 | 122 |
Al Hazem | 9 | 4 | 1 | 1 | 107 | 122 |
Dhamk | 14 | 4 | 1 | 2 | 98 | 120 |
Abha | 5 | 2 | 0 | 0 | 107 | 114 |
Al Ahli | Não publicou | Não publicou | Não publicou | Não publicou | Não publicou | Não publicou |
TOTAL | 587 | 635 | 102 | 652 | 1950 | 3926 |
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Amanda Alvarez aprendeu com o seu pai todas as regras do futebol. Podia ser árbitra, se não tivesse escolhido o Jornalismo com ênfase em cobertura esportiva. Esteve nas Copas do Qatar e da Rússia, repercutindo o Mundial de Futebol para o público brasileiro. Torcedora do Santos, é súdita do Rei Pelé e Lucas Paquetá.