O futuro das bets no Brasil está em discussão – e a conversa atravessou o Atlântico. O SBC Summit Lisboa 2024 chega ao fim nesta quinta-feira (26), após três dias de discussões e networking na Feira Internacional de Lisboa, um espaço na cidade dedicado às maiores feiras e eventos de inovação.
O evento, que começou na última terça-feira (24), reuniu profissionais do setor de apostas, especialistas em regulamentação e esportes de várias partes do mundo para abordar os principais desafios e oportunidades da indústria. Como não podia deixar de ser, tratou dos obstáculos regulatórios no Brasil e as perspectivas de crescimento através de parcerias estratégicas com o futebol na América Latina.
Desafios e Oportunidades no Mercado Brasileiro de Jogos
O mercado de apostas no Brasil vive um momento de transição, com a proximidade do prazo de 31 de dezembro para a implementação do marco regulatório. Diante disso, os especialistas discutiram os desafios que as empresas enfrentarão tanto na adaptação às novas normas quanto na busca por estratégias para garantir a competitividade em um ambiente regulamentado.
Um dos painéis mais aguardados foi o “Navegando na Gestão Empresarial no Brasil: Realidades Pré e Pós-Regulamentação”, que abordou as expectativas para o futuro do mercado de iGaming no país.
O debate trouxe à tona uma possível volta de cassinos físicos e quais seriam seus impactos na economia brasileira. A regularização promete gerar não só oportunidades para o setor, mas também benefícios para a arrecadação de impostos e o turismo.
Com a presença de figuras importantes como o senador Irajá e André Gelfi, representante do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, o painel traçou um panorama das mudanças que estão por vir. Também participaram do debate Tiago Almeida, da Oddsgate, e o advogado Filipe Rodrigues, que contribuíram com suas visões sobre os ajustes necessários para expandir o mercado.
Parcerias entre Jogos e Futebol na América Latina
Outro tema de destaque foi o painel “Futebol na América Latina”. Já que o gosto para o futebol é um dado sobre os latino-americanos, as parcerias entre clubes e empresas de apostas têm tudo para ser um sucesso para ambos os lados.
Essas colaborações oferecem uma nova fonte de receita para os times e uma plataforma de marketing valiosa para as casas de apostas.
O congresso juntou profissionais que têm como objetivo discutirem como essas parcerias podem se expandir, especialmente com os olhos voltados para grandes eventos como a Copa do Mundo da FIFA, que na próxima edição vai ser realizada nos Estados Unidos, e também no Canadá e Mécixo.
Para os clubes, essa é uma oportunidade de se apresentarem em um cenário global, atraindo novos fãs e patrocinadores além de suas bases tradicionais.
Como fidelizar os apostadores?
Com a regulamentação cada vez mais acertada, os operadores de apostas precisam desenvolver estratégias eficazes para que quem curte fazer uma fezinha não deixe de jogar, contanto que respeite as normas legais do Brasil. A concorrência acirrada e as exigências regulatórias foram apontadas como algumas das barreiras que vão exigir um estudo e conhecimento profundos do mercado local.
Algumas soluções dadas vão desde a adaptação das ofertas de jogos às preferências dos brasileiros até a criação de campanhas de marketing mais personalizadas, algo que o nosso país tira de letra.
Comparação com outros mercados
Não se tratou só de Brasil: uma das mesas temáticas comparou os processos regulatórios dos jogos de apostas online em três países: Portugal, Brasil e Espanha.
Os especialistas acreditam que o modelo português, com quase uma década de regulamentação, pode servir de referência para o Brasil. Também discutiram a necessidade de equilibrar a regulação rigorosa com incentivos para manter os jogadores em plataformas licenciadas, evitando a migração para o mercado ilegal.
Entre os debatedores estavam José Francisco Manssur, ex-assessor especial do Ministério da Fazenda, Bernardo Neves, da APAJO, Simone Vicentini, ex-secretária adjunta de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, além de representantes de operadores de jogos como Rui Magalhães, da Estoril Sol Digital, e Antônio Moura, do DLA Piper.
Com essas discussões, o SBC Summit Lisboa encerra a sua jornada num tom produtivo. Com diversas cabeças pensantes da área, o evento se fixa como uma grande bússola por onde a gente pode ver o futuro da indústria de jogos na América Latina, oferecendo insights valiosos e novas oportunidades de negócio.
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Vive em Lisboa e trabalha como escritora, tradutora e revisora. Sempre achou um desafio estimulante lidar com a área de línguas e textos, já que desde criança está inventando histórias. Tem graduação, mestrado e doutorado em Letras pela UFRJ e tem se dedicado à área de gestão e criação de conteúdos digitais. Está sempre caçando bônus de boas-vindas, pesquisando os melhores palpites e adora escrever sobre apostas. Em todas as suas facetas de trabalhadora da palavra, o que acha importante é o bom fluxo de comunicação, seja qual for o público.