Preocupado, Exército divulga cartilha para combater vício de militares em bets

O Exército Brasileiro lançou cartilha “Prevenção ao Vício de Apostas” para conscientizar e orientar militares e seus familiares sobre os perigos das apostas esportivas online. 

A iniciativa, coordenada pela Diretoria de Assistência ao Pessoal da Força, visa sensibilizar a comunidade militar e agregados sobre a ludopatia, um problema que pode causar impactos graves na saúde mental e na vida financeira dos envolvidos.

A cartilha identifica uma série de sintomas que podem indicar o vício em apostas. O documento lista alguns comportamentos, como:

• Passar muito tempo usando telas, sobretudo nos sites das bets;
• Se sentir ansioso ou tenso quando não está jogando;
• Gastar quantias descontroladas;
• Aumento na irritabilidade;
• Mentir sobre o hábito de jogar; 
• Sentimento de culpa, isolamento e dificuldades de organização.

Entre as consequências mais preocupantes, estão o endividamento, o desenvolvimento de transtornos psíquicos como ansiedade e depressão, dificuldades de concentração. A comparação com outros tipos de vícios, como o alcoolismo e a dependência química, reforça a gravidade da situação.

“As sequelas do vício em jogos ocorrem do mesmo modo que acontecem com outros problemas de saúde mental”, anuncia a cartilha.

Para combater esse problema, o Exército recomenda o uso de medicamentos, psicoterapia e participação em grupos de apoio mútuo. 

 “O caminho mais adequado é obter o tratamento precoce. O quanto antes reconhecer a situação de dificuldade que está passando, maior será a probabilidade de alcançar êxito no enfrentamento a essa situação”, diz o documento.

Oficiais, psicólogos e assistentes sociais estão ministrando palestras em mais de 600 organizações militares para esclarecer os riscos do jogo patológico e oferecer orientação sobre os recursos disponíveis para tratamento.

A preocupação com a ludopatia não se restringe ao Exército. A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Marinha também implementam ações de prevenção e conscientização. 

A FAB, por exemplo, lançou o Programa de Educação Financeira (PEF), que aborda os gastos com apostas. O Instituto de Psicologia da Aeronáutica realizou estudos mostrando que o envolvimento excessivo com apostas pode levar à impulsividade e a uma série de transtornos emocionais e psicológicos.

A Marinha, por sua vez, através da Diretoria de Assistência Social (DASM), promove palestras, rodas de conversa, anúncios em sua rádio e na internet, além de reportagens sobre o tema.

Com a popularidade deste tipo de apostas esportivas, aumenta o risco de pessoas se viciarem neste tipo de entretenimento. Daí, nada mais natural que as Forças Armadas Brasileiras se preocuparem em disseminar informação e conhecimento para o seu contingente, sabidamente mais novo e mais suscetível a este tipo de comportamento prejudicial. 

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