Ao se questionar sobre quem poderia ser o jogador mais indisciplinado do futebol brasileiro atualmente, vem à cabeça nomes como o de Felipe Melo do Fluminense e Fagner do Corinthians, por suas atuações truculentas e suas entradas desleais em seus adversários. Se esses fossem os critérios, certamente o lateral do timão e o zagueiro do Fluzão ganhariam com sobras.
Para que não haja grandes contrariedades, estes atletas estão sim na lista de jogadores maldosos do futebol nacional, mas não encabeçam as lista dos “malvadões”, para frustração de muitos, pois os critérios são número de cartões vermelhos e amarelos, e neste quesito a lista surpreende, e diante deste quesito Walter Kannemann e Gabigol lideram a lista.
Os critérios utilizados
Todos pensaram e até mesmo o próprio Felipe Melo pode ter pensado que ele era indubitavelmente o jogador mais indisciplinado do futebol brasileiro, ledo engano, todos enganados pelo bom senso, esse troféu vai para o simpático Walter Kannemann do Grêmio, para surpresa de todos.
Os critérios podem ser um pouco questionáveis, mesmo entendendo que a quantidade de cartões vermelhos e amarelos indicam um nítido sinal de que o jogador atua fora das regras que regem o futebol. Sendo assim, é preciso se prender aos critérios, para entender o que fez desses cinco jogadores os mestres da indisciplina.
1 – Walter Kannemann (Grêmio)
O zagueiro argentino que se destacou no futebol sul-americano, notadamente no Grêmio, clube brasileiro onde se tornou uma peça-chave da defesa, e aos olhos dos admiradores do futebol pegado e aguerrido, Kannemann é um exemplo de jogador que, com trabalho árduo e dedicação, alcançou o sucesso em um dos esportes mais competitivos do mundo.
Sua chegada ao Imortal Tricolor, coincidiu com uma fase de muito sucesso para o clube gaúcho, que acabou conquistando títulos importantes, incluindo a Copa do Brasil e a Copa Libertadores em 2017.
O simpático Kannemann lidera a lista de jogadores indisciplinados do futebol brasileiro com 122 cartões amarelos e 11 vermelhos, números altíssimos até mesmo considerando a posição de defensor.
2 – Gabigol (Flamengo)
Gabriel Barbosa, carinhosamente conhecido como Gabigol, é um atacante brilhante, disso não há sombra de dúvidas, seus inúmeros títulos falam por ele. Apesar de não agradar a todos, e como se diz no velho ditado, nem Jesus agradou a todos, quem é Gabigol na fila do pão?
Sabe-se que muitos desses haters viram Gabigol marcar gols em seu time do coração, daí não é difícil entender esse ódio todo contra o rapaz.
O momento não é dos melhores no Flamengo, mas sua participação direta nas conquistas de campeonatos e suas atuações decisivas em momentos que o time mais precisou lhe dá o direito de errar, sem medo de ser repreendido.
O que talvez mais preocupa nessa lista é o jogador estar nessa lista, são impressionantes 113 amarelos e 11 vermelhos, número extremamente alto, se considerarmos a posição do atleta e a diferença de idade em relação aos outros jogadores que completam essa lista macabra.
3 – Felipe Melo (Fluminense)
O jogador é conhecido no mundo do futebol pela sua intensidade e entrega em campo, há quem diga que seu estilo aguerrido e agressivo é amado e odiado, apesar de quase a todo momento exagerar na dose e acabar sendo expulso em alguns jogos.
Seu nome é o mais citado quando o assunto é deslealdade, entretanto, as estatísticas não mentem e o “cachorro louco” não é o mais indisciplinado no campo.
Pivô de briga generalizada quando atuava pelo Galatasaray, há quem diga que esta confusão tenha sido a mais pesada de sua história, que lhe garantiu o apelido “carinhoso” de Cachorro Louco, que era cantado pela torcida do Palmeiras quando ainda atuava pelo clube.
Felipe Melo é um provocador nato, não leva desaforo de ninguém, seu número excessivo de cartões, 112 amarelos e 7 vermelhos, é considerado relativamente baixo, diante de seu comportamento sempre desdenhoso e muitas das vezes afrontoso para com seus colegas de profissão.
4 – Fagner (Corinthians)
As entradas duras, o jogo perigoso, e seu jeito particular de deixar sobrando um cotovelo ou até mesmo um pé mais alto que o normal, aproximam Fagner daquilo que pode ser chamado de maldade plena e descabida.
Desde que vestiu a camisa do Timão, suas investidas têm sido motivo de críticas por toda imprensa futebolística, diante do risco de contusão que o jogador impõe aos seus adversários.
Nos últimos anos, pode-se dizer que seu comportamento em campo melhorou. A proximidade de sua aposentadoria dos gramados levou Fagner a diminuir a intensidade de suas investidas, ainda que em algumas partidas ele tenha exagerado na dose e recebido novas reprimidas dos amantes do bom futebol.
As contestações dos critérios remetem às vezes em que a arbitragem fez vista grossa aos lances maldosos que mereciam cartão vermelho, mas que em muitos dos casos os jogadores nem receberam cartão amarelo, isso ocorreu muito com Felipe Melo e Fagner, poios caso as regras fossem levadas a risca, estes seriam os campeões da indisciplina.
5 – Samuel Xavier (Fluminense)
O ótimo lateral direito Samuel Xavier foi revelado pelo Paulista de Jundiaí, e que teve boas passagens pelo Sport Recife, Ceará e Atlético Mineiro antes de chegar ao Fluminense, clube em que joga atualmente, onde conquistou a tão sonhada Taça Libertadores.
Samuel Xavier Fecha a lista dos malvadões com um número alto de cartões, 104 amarelos e 8 vermelhos, contudo, porém, boa parte deles foram recebidos no início de sua carreira, deste modo, o jogador tem um atenuante, que pode ser entendido como a falta de experiência nos anos iniciais.
Fernando Diniz já havia trabalhado com Xavier no início de sua carreira como treinador quando comandava o Paulista de Jundiaí, e seu estilo de manter a posse de bola e não fazer faltas, coincidiu com uma melhoria significativa do jeito indisciplinado do jogador, que parou de fazer faltas graves e passou a tocar mais a bola e cometer menos infrações.
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Amanda Alvarez aprendeu com o seu pai todas as regras do futebol. Podia ser árbitra, se não tivesse escolhido o Jornalismo com ênfase em cobertura esportiva. Esteve nas Copas do Qatar e da Rússia, repercutindo o Mundial de Futebol para o público brasileiro. Torcedora do Santos, é súdita do Rei Pelé e Lucas Paquetá.