“Quem fala o que quer, ouve o que não quer”, já dizia o dito popular. Agora é a vez do falastrão Colby Covington aprender isso na prática. Famoso pelas declarações polêmicas, o lutador americano angariou muitos desafetos ao longo de sua carreira. E na semana passada, durante a semana de divulgação do UFC 296, Colby conseguiu catalisar todo o ódio do público contra si.
Isso aconteceu devido a uma declaração na coletiva de imprensa. Escalado para lutar contra o campeão Leon Edwards, o desafiante usou da morte do pai do jamaicano para promover a luta. Para quem não sabe, o pai de Edwards morreu assassinado, quando ele ainda era uma criança. E o desafiante falou que iria levá-lo ao inferno, para ele se encontrar com seu pai.
A casa caiu!
Pouco se sabe sobre os motivos do assassinato do pai de Edwards, apenas que o pai estava envolvido com atividades ilegais e com gangues britânicas. Porém, não importa o motivo. A fala de Colby causou indignação e colocou parte significativa da opinião pública contra ele.
Sabemos que o UFC é um esporte de entretenimento e, por isso, lutadores como Covington partem da máxima sintetizada no velho ditado: “Falem bem ou falem mal, mas falem de mim”. De forma proposital, ele veste a carapuça de vilão. E, de fato, temos que convir que, sem isso, o americano, parado há um ano e nove meses, não teria chance de disputar o cinturão.
Por outro lado, a polêmica, sozinha, não vende. Ela precisa de algum mérito esportivo junto. E é justamente por isso que, depois da performance abaixo da média no último sábado (16), que a casa caiu para Covington.
Derrota amarga
Depois de tanta polêmica, criou-se muita expectativa para essa luta. No entanto, o que vimos foi um combate morno, com o campeão administrando a vitória bem ao estilo Edwards: mantendo a distância, negando as quedas e aplicando golpes singulares. Mas aí já tínhamos a primeira surpresa da noite: o autocontrole do jamaicano. O campeão conseguiu superar as provocações e deixar a emoção fora do octógono.
Com isso, sua vingança foi completa. Com 35 anos, uma frequência baixíssima e a opinião pública toda contra ele, dificilmente veremos o falastrão Colby Covington disputar um cinturão novamente. Ainda que mais contando o desafiante estava irreconhecível. Segunda surpresa da noite: destacado por um gás infinito e por um volume de jogo alucinante, o americano não trouxe nenhuma dessas valências para o octógono.
Com uma atuação apática, quase passiva, eu diria, o wrestler talvez tenha perdido sua última grande chance na carreira. É claro que ele ainda se apega ao personagem que criou. Porém, dessa vez, quando ele afirmou que tinha ganhado a luta na entrevista pós-evento, ninguém comprou sua narrativa. Ficou apenas o clima de constrangimento no ar…
Reação dos lutadores
Como era de se esperar, o mundo das lutas não deixou barato. Muitos lutadores vieram à público, em suas redes socias, comemorar a derrota do falastrão. Durinho debochou da declaração do americano de que não sofreu nenhum dano no combate e o desafiou para uma luta em 9 de março de 2024.
“Então você não sofreu nenhum dano? Colby Covington, nos vemos em Miami 9 de março?”, escreveu Durinho.
Outro top da categoria que se pronunciou foi o Belal Muhamed. Ele fez roça do slogan da campanha de Trump, “Make America Great Again” (Faça a América grande novamente), repetida à exaustão por Colby, admirador confesso do político de extrema-direita americano.
“Deixe-me tornar o peso meio-médio grande novamente”, disse Muhammad.
Com uma virulência maior, O triplo campeão, como se intiula Henry Cejudo, tirou da garganta aquilo que muitos fãs mundo afora pensavam do desafiante:
“Você não nada mais do que um pedaço de merda”, escreveu Cejudo.
Agora, resta a Colby Convington processar todo esse ódio que ele semeou, enquanto as portas de sua carreira parecem se estreitar cada vez mais.
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É formado em Letras pela UEFS, tem doutorado em Literatura e Cultura pela UFBA e toca violão todos os dias. Desde sempre, conciliou os estudos literários com um consumo substancial de jornalismo esportivo sobre MMA e futebol até que, num belo dia, decidiu unir o útil ao agradável e fazer do seu hobby uma profissão.