Goste ou não, há algo que não se pode negar: Galvão Bueno já está aí há tantos anos que se tornou uma referência para o jornalismo esportivo. São muitos anos de carreira, num lugar de predileção que o permitiu estar a frente de eventos impactantes da cultura nacional. Alguns chamariam sorte, outros, privilégio.
Fato curioso é que, ao mesmo tempo que a Rede Globo revela expressivos cortes de gastos, mandando embora grandes figuras da sua grade (como Cléber Machado, antigo nº 2 da emissora, e amado por muitos), prepara uma ode dessas proporções para uma figura, no mínimo, controversa.
‘Meninos, eu vi’
Dividida em 5 episódios, a produção funciona como um ‘Arquivo Confidencial’ sem fim: ao todo mais de 50 pessoas foram entrevistadas. Conta também com depoimentos do próprio Galvão, que, além disso- pasmem- ganhou o presente de revisitar os lugares icônicos para a história do esporte brasileiro: afinal, ele sempre esteve em tudo.
Galvão, supostamente aposentado- e ainda contratado até fins de 2024 pela emissora- passeia por lugares marcantes da sua infância, entre Rio e São Paulo, mas também viaja ao Japão, Qatar, Estados Unidos (onde o Brasil conquistou o Tetra),e até mesmo San Marino, tendo narrado a trágica morte de Ayrton Senna. Afinal, são 40 anos do mais puro destaque no jornalismo.
Dessa forma, o material narra a biografia do profissional, abordando também grandes momentos do Esporte Brasileiro. Para os ‘haters’, essa pode ser uma contrapartida tentadora, no mínimo!
Metros de seda pra rasgar
Dirigida por Sidney Garambone e Gustavo Gomes, a série está sendo lançada em duas partes, e já tem o primeiro episódio disponível. Promete ser imparcial, trazendo verdades e momentos incômodos à tona.
‘Galvão- Olha O Que Ele Fez” faz referência a uma frase icônica do próprio, narrando uma jogada de Ronaldinho gaúcho. O protagonista já adianta: “Eu nunca fui bonzinho. Mas também nunca fui um monstro”, revelando que o nariz torcidos de muitos brasileiros possuem um ‘fundo de razão’:
“Eu pedi, junto à produção e direção, que não fosse uma coisa que mostrasse “olha como ele é bonzinho, grita o tetra, grita o penta, Ayrton Senna do Brasil, é prata, é ouro”… E a vida não é assim. Eu não sou…”
Galvão Bueno
Resta saber se o documentário vai a fundo mesmo, desnudando as imperfeições e contradições de Bueno, ou se fica no famoso clichê “Defeito: roer unhas”, tão comuns à mídia alienada que prefere proteger os seus, preterindo a informação ao público.
O que o povo diz na rede social
Presente de grego ou não, a verdade é que Galvão Bueno é figura histórica da cultura jornalística e esportiva do país. Como profissional, esteve a frente de grandes eventos históricos, tendo marcado diferentes gerações. Confira o que alguns usuários das redes sociais comentaram sobre o primeiro episódio, já disponível no streaming Globoplay:
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.