Globo fará menor cobertura da Copa Feminina, deixando escapar que equidade de gênero morre no gogó

Com 83% menos profissionais recrutados, emissora explica decisão contraditória

A diferença é de 83% em relação aos profissionais enviados ao Qatar

71 contra 12. Esses são os números quantitativos de profissionais escolhidos pela Rede Globo para fazer a cobertura jornalística de ambas as Copas do Mundo: masculina e feminina, respectivamente. Essa conta impressiona por vermos toda uma mobilização do setor de marketing da emissora em fazer crer que medidas cabíveis em relação à desigualdade de gênero foram tomadas. Afinal, pelo menos o que vemos nas propagandas, é um suposto interesse em incluir a pauta das competições femininas (sobretudo no futebol), cooptando assim uma audiência mais afiada com o debate em relação a gênero e sexualidade.

Copa do Mundo Feminina de Futebol

O evento, marcado para durar entre 20 de julho e 20 de agosto, terá como sede a Austrália. Contará com a narração de Renata Silveira para os jogos do Brasil, contando com comentários de Ana Thaís Matos e Caio Ribeiro. Todos eles diretamente do estúdio, bem diferente do que acontece com o Mundial Masculino. Afiliados da Globo, a SporTV (canal fechado, deve-se recordar), irá exibir 34 dos 67 jogos da competição. A TV aberta, no entanto, exibirá apenas 7. Se a seleção não alcançar a final, o combinado é que seja transmitido apenas um jogo por rodada. Apertado, não? O evento periga ainda não ser transmitido por algumas nações europeias, todas ainda pechinchando valores mais baratos com a FIFA. Na internet, o streamer Casimiro fará a narração, exibindo os jogos nos seus canais do Youtube e Twitch.

O que se discute no Twitter nem sempre condiz com a realidade

Apesar de ganhar muita força, com altíssimo poder de cancelamento de pessoas e promoção de valores e ideais, as pautas levantadas pela comunidade Twitteira ainda estão longe de alcançar o dia a dia das pessoas.  Isso significa que, por mais que se queira incluir, de fato, a cobertura do futebol feminino na grade da emissora, é preciso haver interesse por parte da população. Afinal, canais de televisão vivem de publicidade, contratos, além de toda uma inter-relação de influência. O que temos hoje é um volume grande de gente disposta a fazer barulho, mas pouca boa-vontade para contribuir com os números do ibope.

Blame it on ‘Jet Leg’

Mas nem tudo é a ‘mais pura falta de sacanagem’, como dizem por aí. Um argumento forte corrobora com a estratégia de fazer pouco, fingindo fazer tudo: o local escolhido para o torneio, a Austrália, possui uma diferença de escandalosas 13 horas à frente. Haja fuso horário! Esse fator complica demais qualquer estratégia de marketing ou de divulgação efetiva do evento. Há partidas marcadas para 4h e 5h a.m de dias úteis: será que a nação twitteira acordaria com as galinhas, numa terça-feira, para prestigiar a seleção brasileira? De qualquer forma, por mais que existam contrapontos importantes, não podemos esquecer que os números relacionados aos mundiais masculinos são sempre pomposos, não importando os pontos cardinais dos eventos.

Repercussão nas redes

Como quem tem boca fala o que quer, os comentários sobre o fato são mais uma oportunidade para repensar as questões de gênero, e como sempre, tecer críticas aos estratagemas daquela tida como “a maior rede de televisão do país”. Veja como alguns usuários do Twitter reagiram às notícias sobre a cobertura do Mundial Feminino de Futebol:
https://twitter.com/magnoni_gabriel/status/1658282811613224960?s=20
https://twitter.com/VULGAOTT/status/1660374287465738241?s=20
https://twitter.com/BrunaSchneide/status/1658499515140173825?s=20
Confira os tweets do Globo Esporte, principal veículo de notícias da Rede Globo:

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