STREAMING É O FUTURO, MAS QUEM FARÁ O FUTURO ACONTECER?
Todos nós concordamos que o futuro das transmissões esportivas está no streaming. Ainda torço o nariz, mas reconheço a possibilidade. Evidente que este tipo de transmissão tem suas vantagens. Uma delas é a possibilidade de ver a competição em qualquer lugar geolocalizado permitido. Outra está no fato que tivemos um aumento significativo de competições transmitidas. Só na última semana acompanhei jogos finais do Catarinense Série B e Carioca Série B1. O futebol, dito alternativo, chegou em nossas telas. Além desta, algumas novas marcas surgiram, o DAZN, EI Plus e o Onefootball são duas de muitas. Podemos somar os canais virtuais das federações e as transmissões em mídias sociais (nariz torcido duas vezes para o Facebook Watch). O esporte, de maneira mais forte o futebol, em várias possibilidades, grande maior com um preço mais acessível que a televisão por assinatura. Mas quem pagará a conta? Será que todos sobreviverão?
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @professoralbio |
Os exemplos são perigosos, porque nos traem, entretanto, penso que o da telefonia móvel é oportuno. Quando da privatização, na segunda metade dos anos de 1990, inúmeras companhias surgiram. Além das 4 grandes, havia várias regionais. O discurso era da liberdade de escolha e acessibilidade. Vomitavam o discurso da livre concorrência para preços melhores. Passado trinta anos há três grandes players que dominam o mercado: TIM – Vivo – Claro. Nos últimos dias as três adquiriram a Oi Móvel. As pequenas desapareceram ou foram adquiridas pelos gigantes. Acredito que o mesmo acontecerá com os diversos serviços de streaming.
Agora quero deixar de lado um pouco o streaming em si, para pensar os grupos de comunicações. Na Europa cogita-se que a Mediapro devolverá os direitos da League One e League Two. Há alegação do grande prejuízo financeiro, muito pela crise estabelecida junto a pandemia, e outro tanto pelas projeções otimistas do início do século que não se concretizaram, soma-se os assinantes abaixo da meta. A Mediapro é dona do canal BeIn Sports e do futebolista Téléfoot, que se paga a bagatela de trinta euros para vê-lo. Em parte do mercado europeu, pelo Netflix. O investimento será descontinuado antes do encerramento do mercado. Já vimos isso aqui, como o fim dos canais lineares do Esporte Interativo e o esvaziamento do DAZN.
Aqui está o ponto. Diversas marcas, muitas novas e propostas alternativas. Até quando? Ou melhor, quem sobreviverá no mercado? Vemos várias marcas rompendo contratos e desistindo de competições. As mais relevantes se mantêm no mercado e propõe novos negócios, entretanto, as mais fragilizadas desaparecem. Não digo que a gigante dos direitos Mediapro é fragilizada, mas o modelo inflacionado de negócio que ela e outros propuseram e a tentativa de repasse para o consumir final é um modelo fragilizado. Quem marcas estarão no futuro das transmissões esportivas? Por essas aventuras de idas e vindas que a coluna não celebra algumas aventuras ao longo dos textos.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.