FUTEBOL ALIENADO, ALIENANTE…
Estimado leitor, você já deve ter ouvido a expressão “alienado” várias vezes, certo? No meio esportivo, já ouvi, alguns comentaristas, reclamando que determinados jogadores “são alienados”, principalmente após algumas entrevistas que falam muito sem nada dizer. Em Karl Marx, encontramos, a expressão alienado voltado aquele que deixa a razão para refugiar-se na fantasia. E neste contexto que quero usar a expressão “alienado”, embora existam outras. O direito utiliza-se da interpretação de Jean-Jacques Rousseau. Mas minha escolha teórica, dar-se-á por Marx, pela aproximação que ele faz de Georg W. Friedrich Hegel, por indicar um estranhamento da consciência.
Minha crítica, está no caráter alienante da FIFA, da Conmebol, da Football Associotin, Clubes e alguns envolvidos e outras que ocultam determinadas ações em nome do espetáculo, ou se firmam por pós-verdades. O fato que me refiro, tangenciei rapidamente na coluna passada (#281), que foi a atitude da Conmebol em não mostrar a invasão do campo no jogo entre Universidad Católica versus Internacional. Que foi o jogo de ida, da segunda fase da Libertadores. Mas a lógica, se estende, a qualquer prática de monopólio das imagens.
Quando uma instituição qualquer, detêm o monopólio da geração das imagens, corremos o risco, de ver apenas aquilo que interessa ao gerador do espetáculo, caso ele não seja comprometido com a ética da imparcialidade. Que foi o caso da Conmebol. Invasões de campo, brigas entre torcedores, vandalismo, são crimes ou contravenções. Fato. Mas deixar de mostrar sob a falácia que depreciará o produto, é limar ao público do factual. Está lá, é notícia, está acontecendo. Este é o grande problema, quando as imagens estão monopolizadas. Não temos acesso ao fato. Quem viu e ficou apenas com as imagens oficiais, pouco soube do caos que aconteceu no Chile naquele jogo. Se as empresas envolvidas, tivessem câmeras exclusivas, ou equipes para o release jornalístico, teríamos outra situação, mas aqui estamos no campo do se…
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @professoralbio |
A era da informação, celulares, da conectividade, faz as notícias chegar, por vias não oficiais, mas chegam. Não faz sentido o monopólio das imagens. A ideia de mostrar um produto apenas pela lógica do interesse maquínico, forma uma massa de alienados diante do que está acontecendo. A televisão, ou a mídia que mostra, antes do entretenimento, tem uma função social. Infelizmente, em várias vezes, esta é deixada de lado em nome de interesses, que nem sempre estão claros.
Isso é tão ridículo quanto notinha de clube e de empresário após receber críticas na mídia. O animador, ou o apresentar, defende um argumento, faz uma reflexão, e logo os alvos dela já saem soltando notas de repúdio. Querem também monopolizar a imagem-da-crítica? A melhor resposta, não é o combate ao argumento, mas evidenciar a falaciosidade dele.
Este é o mesmo risco que corremos, quando a mídia brasileira faz jogo off-tube no rádio, ou compra-se competições, e se quer, há a presença de um repórter local. Há acontecimentos que a distância funcionam, mas não se mostram como deve ser. Corremos o risco, de ver apenas a fantasia do espetáculo, sem de fato, entender os meandres que o compõe.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.