Coluna do Professor #281, por Albio Melchioretto

ATITUDE DA FOOTBALL ASSOCIATION É CONTRADITÓRIA AO PUNIR O LIVERPOOL

Liverpool estabeleceu umas das formas mais consistentes de protesto ao longo semana. Não foi o protesto de um jogador, um treinador, mas uma instituição contra a loucura comercial que se tornou o excesso de jogos no calendário mundial do futebol. Poderíamos falar do Brasil, mas, no mínimo, seriamos levianos, se não olhássemos a confusão que são os calendários em outras praças. A questão deveria despertar um debate mais intenso para racionalização do calendário do futebol em nível mundial.

O Liverpool, no jogo de terça, teve um acordo muito interessante para que Jürgen Klopp não fosse ao jogo replay da FA Cup contra o Shrewsbury em casa, enquanto o time U23 se responsabilizasse pelo jogo. Time e treinador, comando por Critchley, técnico da base. O treinador expressou a vontade de parar em meio ao calendário congestionado que vive. O clube inglês armou um esquema junto a LFC TV (canal oficial do clube) para que ele pudesse acompanhar o jogo e que os jogadores do time principal pudessem descasar.

Diante de tudo isso, os ingressos par ao jogo foram drasticamente reduzidos. O torcedor foi avisado, respeitado e a competição seguiu. Liverpool venceu por um tento a zero, o suficiente para passar de fase. Na contramão, The Football Association (FA), decidiu cortar mundialmente o sinal da transmissão por represália ao Liverpool, alegando que o clube não dá o valor necessário a competição. Fatos postos na mesa, vamos a alguns questionamentos.

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@professoralbio

Supomos que na véspera do jogo, o time tenha sofrido com uma indisposição alimentar, e fosse obrigado a pôr o time U23 para jogar, haveria punição? Provavelmente não. A FA decidiu privar o torcedor para punir uma intencionalidade. Mas a punição acontece diante da disposição permitida pelo regulamentado. O que me parece muito injusto. O Liverpool assumiu o risco de eliminação frente a um time da terceira divisão, o fez, calculou o continuar da temporada de acordo com uma linha de escolhas, interesses e prioridades. A FA ultrapassou a barreira do aceitável, cerceando o acesso do torcedor. Se a moralidade proposta estivesse em torno da competição, haveria um regulamento preciso quanto a substituição de jogadores. Mas pelo visto, é uma briga de egos feridos.

Evidente que os clubes assinam e concordam com os termos postos nas competições. Tamanho protesto deveria acontecer no início da temporada. Penso que alguns clubes devessem se posicionar contrário a participação das competições em excesso e que não trazem retorno esperado. Minha esperança é que a postura tardia, possa trazer luz ao debate daquilo que de fato devesse ser prioridade para os clubes. O outro ponto é o respeito ao torcedor do futebol. O indivíduo que assinou um serviço de transmissão o fez para receber a competição. Se um time põe as estrelas ou aspirantes, a decisão de acompanhar ou não cabe ao assinante e não a federação. Verdadeiro atentado ao direito daquilo que adquiriu a possibilidade de ver.

Tão nocivo quando a FA foi a Conmebol que censurou imagens dos protestos chilenos, no jogo entre La Católica versus Internacional.




Aposta nas melhores casas de apostas do dia 27 de Março 2025

Deixe um comentário

Você está aqui: Início > Sem categoria > Coluna do Professor #281, por Albio Melchioretto