Colunista ressalta o crescimento do futebol feminino no Brasil após a Copa do Mundo da França.
LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER.
Qual a herança da França-19? A Copa do Mundo talvez, foi a competição mais significativa na colaboração com o esporte. Posso exagerar, mas olhando algumas iniciativas aqui no Brasil, é inegável que observamos o futebol feminino com outros olhos. Há muito para crescer, e muitíssimo para torná-la profissional de fato. Mas ainda, ei de ver a igualdade de condições e de salário entre elas e eles. Sem este pressuposto as iniciativas não valerão o futuro. Mas por ora, quero destacar três ações.
Primeira, o show de cobertura da TV Cultura no Torneio Uber Internacional. A transmissão foi feita com equipe feminina, muito interessante. Natália Lara no comando do microfone e a ex-goleira da seleção, Thaís, nos comentários. Narração na medida e focada no jogo. Os comentários foram pontuais. Pouco se falava da tática do jogo, mas, muitas informações importantes. Gosto da tática, mas talvez não fosse o foco do público-alvo do canal. A repórter, fez intervenções precisas, porém, em algumas pequenas falhas no áudio que pouco prejudicou a transmissão em si. A grande falha na transmissão, foi a ausência de informações na tela ao longo do primeiro jogo, como o nome das jogadoras que marcaram, substituições e dados estatísticos, algo do canal e não da equipe do falatório. Elemento que não faltou no domingo na jornada dupla. Ponto para TV Cultura, que já mostrou muito futebol e retorna, tomara que não pare por aqui. Ainda cabe uma pergunta: por qual motivo a TV Brasil não formou rede?
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @professoralbio |
Segundo ponto, a presença maior de mulheres em programas. O Grupo Globo dá alguns passos importantes. Poderia ser mais ousada. Mas, há de se louvar as novas iniciativas. Ana Thaís Matos, que já mostrou muita competência no troca de passes, agora na telinha da Rede Globo. Primeira mulher a comentar um jogo do futebol deles. É isso que penso. Não é uma questão deles ou delas. É uma proposição de criar espaços frente a competência. Ao grupo, via rádio CBN, o quadro, que poderia ser programa, “Convocadas”. Tatiana Vasconcellos fala do futebol feminino. Ponto, pelo espeço para as mulheres… que venham também transmissões.
Terceiro e último ponto, até dia 20 de outubro, o Museu do Futebol, no Pacaembu, está com a exposição “Contra-ataque! As mulheres do futebol”. A exposição evidencia as décadas negras que o futebol foi proibido para as mulheres. Mostra do desprezo até os números significativos da França-19. Um dado do desprezo? Somente no Canadá-15, elas ganharam uma camisa exclusiva, antes sempre a versão masculina adaptada. E a camisa foi comercializada pela primeira vez em 2019, para a Copa do Mundo. Se você tiver oportunidade de visitar o museu, não perca!
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.