COLUNA #156 | Bipolaridade, por Alipio Jr.

Olá a todos!

O jogo da imprensa é difícil de ser jogado. É um jogo que não traz instruções claras e o profissional precisa se adaptar e moldar suas respostas e reações com o tempo, até o dia que ele reprisará a icônica cena do filme “Matrix”, com o Neo desviando de diversas balas.

Quer ver?

Essa semana, Eduardo Bandeira de Melo, presidente do Flamengo, foi perguntado sobre as dificuldades que o time teria ao enfrentar o Cruzeiro pela Copa Bridgestone Libertadores e respondeu que estava mirando o Real Madrid, no Mundial de Clubes. Não há nada de errado nesta declaração. Todos os times querem ser campeões e disputar o mundial. Estranho seria se ele dissesse que está escolhendo contra quem jogar.

Houve uma longa discussão sobre arrogância, postura e tantas outras bobagens como se a própria imprensa, essa bipolar, não houvesse elogiado o próprio Bandeira ou qualquer outro treinador/ Presidente/ jogador por demonstrar convicção na vitória e almejar voos maiores em situações do passado.

Corta pra preparação da Copa do Mundo.

Um monte de jornalista, muita gente mesmo, cornetou as diversas convocações do Firmino. Gente que deveria ter ao menos se preocupado em assistir mais de dois jogos do Liverpool e no ano passado disseram que era melhor ter o Jô no time ou que esse ou aquele jogador faria mais diferença. Klopp cansou de elogiá-lo, Firmino chegou a final da Champions e voilá, tornou-se imprescindível ao grupo e os comentaristas afinaram, ignorando as várias críticas que fizeram.

Entendam, não é proibido mudar de opinião. Não cobro perfeição, cobro a hombridade de reconhecer que erraram na avaliação que fizeram antes. Basta lembrar que hoje tudo é facilmente arquivado e acessado em sites, então dá para fazer a festa pegando as opiniões contundentes que mudaram do nada, sem o sujeito afirmar que a avaliação anterior foi apressada.

Para finalizar com o próprio Firmino, após uma imprescindível matéria sobre o seu tratamento odontológico, parte da imprensa acha que a sua timidez pode atrapalhá-lo na disputa por um lugar no time. Chegaram a dizer que ele deveria aproveitar as coletivas para se vender e se impor. E você aí achando que bastava jogar bem e fazer gols pra ser titular.

Abraços e até a próxima.

Alipio Jr.

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Henrique Neves

Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.