Para além de anular o jogo com o Flamengo, o principal objetivo da pressão da diretoria do Santos é afastar os repórteres da Globo dos árbitros no campo. A informação é do UOL Esporte, por Rodrigo Mattos.
Na visão na cúpula santista, a proximidade dos jornalistas do 4º árbitro e auxiliares tem causado problemas recorrentes de suspeita de interferência externa nos jogos do Brasileiro e da Copa do Brasil. Há a consciência de dirigentes santistas de que a anulação do jogo é bem difícil no STJD, embora entendam que têm obrigação de tentar.
O que o Santos quer é uma decisão administrativa da CBF afastando os jornalistas dos árbitros. Foi mandado um ofício santista para a confederação com esse pedido de vetar comunicação entre os jornalistas e os árbitros. Além disso, o presidente do Santos, Modesto Roma Jr., ligou para o secretário-geral da CBF, Walter Feldman. A versão santista é de que a CBF foi receptiva na conversa.
Em sua argumentação, que será apresentada no STJD para tentar anular o jogo, o Santos tem imagens de seu circuito interno que pegam o campo de forma secundária, o principal objetivo é filmar torcedores. Há ainda fotos de repórteres. Mas até agora não há nenhuma imagem revelada que mostre o repórter da Globo Erick Faria se comunicando com o quarto árbitro Flávio Rodrigues de Souza. O repórter nega ter falado com o auxiliar que também descartou ajuda externa em entrevista ao ”Globo.com”.
Outro dado levantado pelo Santos é de que o quarto árbitro teria feito um gesto de tela o que demonstraria que se baseou em televisão. Na visão de dirigentes santistas, não faria sentido Leandro Pedro Vuadem pedir opinião para um quarto árbitro que estava a 60 metros do lance.
A procuradoria do STJD entende que a prova para anular um jogo é muito difícil. ”A interferencia externa demanda a prova inequívoca do seu ocorrido e prova que essa interferências tenha sido determinante para mudar a opinião do árbitro”, explicou o procurador Felipe Bevilaqua.
Extraoficialmente, a cúpula do Santos sabe ser difícil a anulação já que o STJD não anula nenhum jogo desde o Brasileiro-2005 no caso da máfia do apito. Mas o objetivo é pressionar para acabe com as suspeitas de interferência externa afastando os repórteres da Globo do banco. É citado o caso do Fla-Flu em que um gol impedido foi anulado, entre outros exemplos de vezes em que houve suspeita.
A diretoria do clube paulista entende que haverá maior crediblidade para o campeonato se os repórteres não puderem falar com os árbitros e estiverem longe deles. A CBF já orienta seus juízes a não falar com jornalistas quando estiverem em campo.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.