A campanha do Flamengo na Libertadores 2024 terminou de forma melancólica, com um empate sem gols contra o Peñarol, no Uruguai. O resultado, que culminou na eliminação do clube nas quartas de final, foi o retrato de um desempenho apático e cheio de erros ao longo de toda a competição.
Sob o comando de Tite, os rubro-negros jamais conseguiram embalar e, mesmo diante de adversários tecnicamente inferiores, tiveram dificuldades para convencer. A falta de ousadia nas finalizações e a hesitação em momentos decisivos acabaram custando caro ao time carioca.
O Flamengo encerrou sua participação no torneio sem vitórias fora de casa e com apresentações longe de impressionar. Mesmo quando venceu, os resultados foram obtidos contra times de menor expressão, o que não serviu para tranquilizar a torcida. A trajetória, marcada por altos e baixos, revelou uma equipe que não conseguiu se encontrar taticamente e sofreu com a falta de confiança.
Início com tropeços e fim decepcionante
A fase de grupos já indicava que a jornada do Flamengo seria complicada. O empate com o Millonarios, em Bogotá, na estreia, deixou evidente a dificuldade em se impor fora de casa. No Maracanã, venceu o Palestino por 2 a 0, mas a vitória foi contra um adversário que, mais tarde, surpreenderia os cariocas em Santiago. Mesmo em um grupo com rivais de nível inferior, o Flamengo chegou à última rodada com risco de eliminação.
Nas oitavas de final, o clube carioca enfrentou o Bolívar, e mais uma vez as dificuldades foram evidentes. A vitória por 2 a 0 no Maracanã, com gol nos acréscimos, parecia dar um respiro. No entanto, o sufoco na altitude, onde perdeu por 1 a 0, mostrou que a vaga para as quartas não foi conquistada sem sofrimento.
Nas duas partidas seguintes, contra o Peñarol, a incapacidade de finalizar e o excesso de passes laterais, que caracterizaram o “modo arame liso”, culminaram na eliminação. As substituições de Tite também levantaram questionamentos.
Na partida decisiva, a entrada de Gabigol, que não atravessa boa fase, ao invés de Alcaraz, contratação mais cara da história do clube, foi um dos pontos mais criticados. Além disso, mexidas que alteraram a estrutura tática da equipe tiraram o ritmo de jogadores que vinham bem, como Plata e Gerson. O resultado foi um time que criou pouco e não conseguiu furar a defesa adversária.
Decisões de Tite e críticas ao planejamento
A gestão de Tite à frente do Flamengo também foi alvo de críticas. Apesar do currículo vitorioso, o técnico não conseguiu dar ao time a consistência que a torcida esperava. Seu trabalho foi marcado por uma irregularidade que se refletiu nas atuações da equipe. Se no Campeonato Carioca o time foi campeão, as apresentações não foram convincentes, e o torneio estadual acabou sendo tratado com desdém pela própria torcida.
Na Libertadores, as decisões questionáveis do treinador ficaram ainda mais evidentes. Optar por um esquema que não favoreceu jogadores-chave e fazer substituições que não surtiram efeito transformaram um time promissor em uma equipe previsível. A insistência em nomes que não corresponderam e a falta de confiança em reforços caros, como Alcaraz, só aumentaram a pressão sobre Tite.
A eliminação precoce na principal competição continental acendeu o alerta para a sequência da temporada. Com a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro em disputa, o Flamengo precisará mostrar uma reação que não foi vista até agora. Resta saber se Tite conseguirá ajustar o time e transformar um ano que se encaminha para ser frustrante em uma história de superação.
Por enquanto, o Flamengo deixa a Libertadores sem deixar saudades, carregando nas costas o peso de mais uma campanha abaixo das expectativas. A torcida, que sempre sonha alto, viu mais uma vez a chance do tetra se esvair diante de atuações apagadas e de um trabalho que não refletiu o potencial de um elenco recheado de talentos.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.