Especialistas em integridade esportiva alertaram sobre a vulnerabilidade do futebol brasileiro a irregularidades e interferências nos resultados. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Felippe Marchetti e Tiago Horta Barbosa, gerentes de empresas especializadas expressaram suas preocupações e recomendaram medidas para proteger a credibilidade das competições no país.
O que dizem os especialistas?
Felippe Marchetti, gerente de Integridade da Sportradar, multinacional que monitora fraudes em casas de apostas, federações esportivas e mídia, alertou sobre a situação atual.
“Clubes e jogadores brasileiros estão sendo frequentemente alvos de propostas ligadas à manipulação de resultados”.
Felippe Marchetti
Marchetti não poupou palavras e enfatizou que a falta de recursos e a vulnerabilidade econômica dos atletas são fatores que tornam o Brasil um terreno propício para atividades ilícitas no mercado de apostas. O cenário é complexo: o Brasil, segundo o relatório da Sportradar, é considerado “campeão mundial de fraudes” no setor de apostas.
Estratégias para proteção
As casas de apostas não escapam. Elas também são afetadas pela alteração de resultados. No entanto, falta comunicação eficiente entre empresas estrangeiras e as autoridades brasileiras. Marchetti ressaltou a importância da educação dos jogadores para reconhecer e denunciar irregularidades e defendeu a adesão do país à Convenção de Macolin, que combate à distorção de resultados esportivos internacionalmente.
“É fundamental melhorar o fluxo de informações entre empresas de monitoramento, autoridades brasileiras e entidades esportivas para agir eficazmente contra fraudes”
declarou Marchetti.
Tecnologia e educação como aliadas
Tiago Horta Barbosa, chefe de Integridade da Genius Sports para a América Latina, também alertou para a fragilidade do Brasil devido ao grande número de jogos, especialmente em divisões inferiores. Ele destacou que “cada jogo representa uma oportunidade para os manipuladores”. Barbosa enfatizou que a tecnologia é uma aliada, defendendo a necessidade de vigilância constante e resposta rápida às táticas de corrupção em evolução.
A solução está na informação. Atletas, dirigentes e interessados na proteção do esporte precisam saber a quem recorrer e como agir e com ajuda da tecnologia é possível identificar trapaças e manter a integridade do jogo.
Atraso em relação à Europa
Ambos os especialistas reconheceram que o Brasil está atrás da Europa na implementação de medidas de integridade esportiva. Barbosa mencionou que “a Europa tem uma vantagem de anos na experiência em lidar com esses desafios“. No entanto, ele expressou otimismo quanto aos esforços que vem sendo feitos no país para fortalecer a segurança nas competições esportivas.
O caminho pela frente
Diante das preocupações levantadas, os profissionais enfatizaram a necessidade de uma postura colaborativa envolvendo autoridades públicas, entidades esportivas, sindicatos de atletas e empresas de monitoramento.
“É crucial que todas as partes interessadas trabalhem juntas para proteger a integridade do esporte no Brasil”
concluiu Barbosa.
O debate na CPI revela um panorama desafiador, mas aponta caminhos para fortalecer a integridade do futebol brasileiro. Com investimento na conscientização e o uso de tecnologia avançada, há esperanças de que o futebol brasileiro possa agir para proteger sua integridade. A bola está em campo e o jogo é sério.
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*As odds estão sujeitas a mudança pelas casas de aposta.
** Lembre-se que a aposta é uma fonte de diversão, não um investimento. 18+
Vive em Lisboa e trabalha como escritora, tradutora e revisora. Sempre achou um desafio estimulante lidar com a área de línguas e textos, já que desde criança está inventando histórias. Tem graduação, mestrado e doutorado em Letras pela UFRJ e tem se dedicado à área de gestão e criação de conteúdos digitais. Está sempre caçando bônus de boas-vindas, pesquisando os melhores palpites e adora escrever sobre apostas. Em todas as suas facetas de trabalhadora da palavra, o que acha importante é o bom fluxo de comunicação, seja qual for o público.