O Brasil está passando por uma transformação no cenário das apostas esportivas e jogos online. A recente Lei 14.790, em vigor desde o final de 2023, trouxe novas regras para o setor, mas também desencadeou um impasse entre os Estados e a União. Guilherme Sadi, advogado e especialista no assunto, lança luz sobre essa discussão que promete mudar o panorama das apostas no país.
Desde a decisão do Supremo Tribunal Federal em 2020, que permitiu aos Estados explorarem loterias, o mercado de apostas online começou a se remodelar. Antes, só a União controlava esse tipo de negócio, mas agora os Estados também entraram nesse mercado. O Rio de Janeiro e o Paraná são exemplos de estados que já estão dando passos nessa direção.
Segundo Sadi, o centro da questão é a interpretação das competências legislativas de cada esfera de governo. Enquanto a União busca centralizar a regulamentação do setor, estados como o Rio de Janeiro e o Paraná têm buscado autonomia para explorar o mercado de apostas em seus territórios.
O jogo dos editais
O Rio de Janeiro lançou um edital inicialmente restrito ao seu território, mas uma retificação permitiu que a exploração se estendesse para todo o Brasil, criando um conflito direto com o Paraná e a própria União. Guilherme Sadi aponta que o interesse político e fiscal dos Estados é um dos motores dessa disputa, já que o setor movimenta grandes somas financeiras.
A Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) e a do Paraná estão no olho do furacão. Com valores de concessão que chegam a milhões, a arrecadação dessas licenças e os impostos associados representam uma fonte de receita tentadora para os Estados. A possibilidade de destinar parte dessa arrecadação para áreas como educação e cultura é um argumento forte para a expansão das apostas online.
Disputa territorial
O conflito ficou mais claro quando o Estado do Paraná decidiu restringir a atuação dos operadores de apostas online ao território estadual, em conformidade com a Lei das Bets. Já o Estado do Rio de Janeiro promoveu um edital para credenciar operadoras, inicialmente dentro do estado, mas depois, expandindo para todo o país.
Essa mudança de postura gerou reações, incluindo uma ação popular movida pelo Paraná contra o Rio de Janeiro, além da notificação recebida pelo Ministério da Fazenda exigindo o cumprimento da legislação.
Desafios e caminho a percorrer
O futuro das apostas online no Brasil está cheio de incertezas e desafios. Além das questões políticas e fiscais, há também desafios técnicos, como controlar e fiscalizar as atividades nos estados. A solução pede conversa entre os governos e regras claras que atendam a todos.
Guilherme Sadi destaca que ainda restam muitas decisões e a tecnologia terá um papel importante. O Ministério da Fazenda também precisa lidar com questões técnicas para garantir que o mercado seja justo e seguro. A guerra fiscal e política entre os Estados e a União pode levar a mudanças importantes nas regras do jogo.
E enquanto o Ministério da Fazenda trabalha para emitir as portarias necessárias para regulamentar o setor, os apostadores aguardam para ver como essa disputa vai se resolver.
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*As odds estão sujeitas a mudança pelas casas de aposta.
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Amanda Alvarez aprendeu com o seu pai todas as regras do futebol. Podia ser árbitra, se não tivesse escolhido o Jornalismo com ênfase em cobertura esportiva. Esteve nas Copas do Qatar e da Rússia, repercutindo o Mundial de Futebol para o público brasileiro. Torcedora do Santos, é súdita do Rei Pelé e Lucas Paquetá.