Como a adidas construiu e encerrou fábricas robotizadas na Alema

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Nos últimos dois anos, a Adidas tem feito um movimento de mercado para fechar fábricas robotizadas na Alemanha. Isso também aconteceu com menos força em outras partes do mundo, como nos EUA. São fábricas de tênis que não se adequaram à produção do mercado e tiveram suas atividades encerradas pela empresa. Mas por que isso aconteceu?

As instalações, que a Adidas chama de “Speed Factories”, usam tecnologia automatizada para produzir tênis. A iniciativa foi criada para reduzir as emissões de gases poluentes. A empresa não pretende abandonar totalmente a medida, já que novas fábricas semelhantes deverão ser abertas juntamente com fornecedores no Vietnã e na China.

“Mais de 90% dos nossos produtos são fabricados na Ásia. Faz mais sentido concentrar a produção das Speed Factories onde estão localizados o know-how e os fornecedores”, disse recentemente a porta-voz da Adidas, Claudia Lange.

“Isso se deve menos a razões financeiras [e mais] a razões organizacionais”, disse Lange à CNN Business. A Adidas havia planejado uma rede global de produção automatizada que aproximaria a produção de tênis de seus principais mercados, permitindo responder à demanda do consumidor mais rapidamente e reduzindo seu impacto ambiental.

Segundo Martin Shankland, chefe de operações globais da Adidas, as Speed Factories “foram fundamentais para promover nossa inovação de fabricação”, disse ele em comunicado. A empresa afirma que a produção nas fábricas da Alemanha e dos EUA, que visavam 1 milhão de pares de sapatos anualmente, tiveram uma produção de 400 milhões de tênis ao longo de 2020.

Para alguns especialistas, a decisão da Adidas em fechar algumas fábricas, ainda que com a perspectiva de que elas sejam abertas em outros lugares, não é um recado animador para o mercado. Mais do que isso: joga dúvidas sobre o futuro dos principais fabricantes que adotam a fabricação rápida como um modelo de negócio.

“Tenho certeza de que você pode pensar nos obstáculos e desafios enfrentados por esse modelo. Isso pode incluir rastreabilidade ineficaz, falta de responsabilidade após a entrega do produto no estágio da cadeia de valor, problemas de qualidade, flexibilidade insuficiente dos ativos de produção e cadeias de suprimentos complicadas (e muitas vezes desconectadas)”, explicou em recente artigo Jan Burian, especialista no setor de distribuição e organização de empresas na Europa.

Ele acredita que a fabricação sob demanda, no entanto, ainda parece um conceito viável e sustentável, a depender de alguns ajustes. Esse modelo pode estar baseado em conexões em nuvem e plataformas de cotação sob encomenda, para conectar os fabricantes dos mais diversos setores.

A Adidas afirma que, quando implantada em outros lugares, a tecnologia de Speedy Factories continuará a permitir tempos de produção curtos e a produção de outros tipos de calçados, não apenas tênis de corrida.

A empresa afirmou ainda que continuará sua colaboração com a Oechsler, operadora de ambas as Speed Factories, na área de impressão 4D. “No futuro, a Adidas concentrará seus recursos e capacidades ainda mais na modernização de seus outros fornecedores e no uso da tecnologia 4D na produção de calçados”, afirmou a companhia em um comunicado recente. Resta saber se isso vai acontecer mesmo na prática.

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