Coluna do Professor #385, por Albio Melchioretto (Eleven Sports e TV Jovem Pan News: entre haters e perspectivas)

O acesso à internet, nos últimos trinta anos, transformou os hábitos sociais da humanidade. Vive-se em um tempo diferente por conta dos acessos e meios virtuais e brevemente haverá outra micro transformação pela inserção da tecnologia 5G e a “internet das coisas” tornando-se cada vez mais popular. Tenho vários textos, da década passada, escritos à luz do entusiasmo tecnológico de Pierre Lévy (pensador franco-tunisiano). Hoje desenvolvo um olhar mais cético com as condições de tecnologias e seus acessos. Há políticas de controle, interesses de exploração de produtos, obsolescência programada e o problema maior é o comportamento humano nos espaços virtuais.

Cheguei a defender o uso das mídias como sociais como uma praça virtual para o debate, recuperando a ideia grega de ágora (praça) para discussões. Foi na ágora grega que a democracia nasceu. Mas quando escrevi sobre o tema, de maneira inocente, ignorei o surgimento dos haters. De acordo com o léxico Oxford, o hater é aquele que tem, ou manifesta uma forte aversão a outrem. O hater é aquele que usa das mídias sociais para destilar comentários de ódio ou tecer críticas infundadas. Ou ainda fazer piadas (se é que podemos assim chamá-las) nefastas de ataque.

Ter uma posição contrária é salutar, mas transformar isto numa cruzada de fé é muita babaquice. Durante o jogo entre Argentina vs. Uruguai, teci críticas no Twitter a fornecedora de material esportivo da Argentina por conta da escolha duvidosa do uniforme argentino. Em questão de segundos o perfil da empresa entrou em contato comigo e tivemos um bom diálogo sobre tendências da moda. Inclusive ainda divulguei meu livro que está à venda na Amazon falando sobre o tema. Mostrei meus argumentos e exemplos de boas camisas da Argentina e ouvi o significado da atual escolha. Confesso que após a explicação já estou vendo o uniforme menos feio que antes.

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@professoralbio

Digo tudo isto para chegar a dois casos que mobilizaram esta coluna. O primeiro deles é a aquisição dos direitos da Premier League pela Eleven Sports para o território de Portugal e o segundo, a implantação da TV Jovem Pan News aqui no Brasil.

Nos últimos dias a Eleven Sports, que já detém a Champions, agora conquista o direito total da Premier League. Há tempos a competição em Portugal era mostrada pelo SportTV, maior canal de esportes do país. O movimento causou certo espanto pela mudança de paradigma. Mas acompanhando as notícias nos principais jornais de lá, causou-me estranheza o posicionamento de haters contrários ao SportTV. Faltas grotescas comemorando a queda do canal gigante e outros destilando raiva da nova aquisição. Na maioria posições bem extremadas.

Aqui no Brasil, nas próximas semanas teremos a inauguração da TV Jovem Pan News. Canal do grupo JP focado em notícias. Não acompanho o grupo por conta do seu posicionamento político no editorial. Em alguns fóruns que discutem televisão, cada notícia do novo canal, é uma enxurrada de haters condenando o canal e outros que morrem abraçados com o canal. Tanto no caso da Eleven Sports em Portugal, quanto da TV JPN, aqui no Brasil, percebo haters-torcedores. Torcedor de canal! E as motivações vão da política ao repúdio dela.

Os dois exemplos mostram que nos falta equilíbrio. A concordância e a discordância é um direito pessoal, mas o respeito pelo outro é um direito social. Pode-se tranquilamente repudiar uma linha editorial, mas partir para a agressividade não faz sentido. É um problema civilizatório. Outro ponto, torcer por canais como se fossem agremiações esportivas. Um veículo de comunicação é um projeto comercial e empresarial. Novamente reitero meu posicionamento com a linha editorial da TVJPN, porém, é preciso considerar que sua inclusão gerará inúmeros empregos diretos e indiretos, e num mercado que tanto sofre por conta da crise econômica, ter outro play é no mínimo interessante. Se considerar a tradição esportiva do grupo e seu sucesso atual no YouTube será também uma janela para o esporte. São possibilidades de emprego e isso é louvável.

Diante das possibilidades, não faz sentido tanto ódio com jogos de mercado, com brigas de “cachorros grandes”. Não seria mais educado escolher via controle remoto qual veículo é melhor e, ao mesmo tempo, respeitar a escolha de outro que também será feita via controle remoto? A oportunidade de todos falarem deu voz a posicionamentos antes ocultados, mas nem mesmo por causa da oportunidade ele precisa ser dito da forma como é dito.

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2 comentários em “Coluna do Professor #385, por Albio Melchioretto (Eleven Sports e TV Jovem Pan News: entre haters e perspectivas)”

  1. A diferença aí é que os haters coma JP é por posicionamento político. E já a “comemoração” pela PL fora da SportTV tuga é pelo alto preço do canal da MEO+NOS+VODAFONE.

    Enquanto o mês da eleven custa 12 euros e é possível assinar 6 meses pagando 10 euros por mês, o canal esportivo dos grupos de telecomunicação custa 30 euros ao mês.

    Por isso essa comemoração pró-eleven. Porém, a Eleven perdeu a F1 que volta para a Sporttv. Ganham por um lado, perdem pelo outro.

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  2. Não gosto da linha editorial da JPN, mas tem uma das mais tradicionais equipes de esporte, escuto desde os tempos do Silvério ,do Duarte e do Carlos Guedes. Pena que contratou o pilhado, sujeito que só presta pra falar mal da poderosa, não gosto das “organizações” mas também é exagero que torçam pela falência (impossível) da nave-mãe.

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