A televisão aberta vive de ciclos, ora com maior ou menor abertura para o esporte. Há muitas opções de futebol nela no momento, em contrapartida são poucas as opções de ligas nacionais internacionais. Somente são duas as opções mostradas. A Band leva o Russo para algumas praças e há o Alemão para toda a rede. Na tarde do sábado, no clássico de Borussia (risos, não leve isto a sério!), dediquei-me a analisar a equipe oficial de trabalho da Band para o Alemão: Datena, Neto e Rafael Oliveira. Conclusão, para o fã do futebol, o jogo sem áudio do Onefootball, é melhor opção que a Band.
Rafael Oliveira há tempos é uma referência de transmissões de futebol. O bom jornalista conhece a história do futebol, tem informações dos jogadores, cuida da pronúncia. Isso vem desde os tempos de Esporte Interativo, aprimorando ainda com sua passagem pela ESPN Brasil. É um estudioso, comparável a qualquer grande nome dos comentários. Na Band é silenciado pela tagarelice de Neto e Datena.
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Neto altera momentos de brilhantismo com falas medíocres. No jogo que acompanhei pouco falou de futebol. Quando o fez, repetiu o que a imagem já mostrava. Relatou o óbvio como se não houvesse a imagem. É aquilo que Mauro César Pereira criticou outro dia no Twitter. Quando não fez o óbvio profetizou: “com certeza o Dortmund marcará primeiro”, eis que sua bola de cristal não funcionou. Apostar cara pálida? O comentarista pode demonstrar o que fazer para alcançar o gol e relatar que tem mais chances a partir do ritmo de jogo, mas deixar a sorte decidir não é profissionalismo.
O pior de tudo é a narração, se é que ela aconteceu. Datena é alguém que fala durante o jogo, não um narrador. Já o foi e dos bons, mas agora… desconhece a pronúncia dos jogadores, apresenta um posicionamento político claro – não que isso seja ruim, a coluna sempre o faz – porém, Datena é pré-candidato. Aqui mora o perigo de usar do espaço que tem no futebol para construir uma plataforma de discurso. Por oito vezes criticou o criticável Ministro Guedes, e nenhuma delas relacionada com o jogo em si. Quando não comentava falava coisas aleatórias com Neto e repetia à exaustão, de maneira chata, o bordão “Tá ligado” de Sérgio Maurício ao anunciar o GP de Sochi. Cada vez que eles falavam de modo estridente, sentia algo parecido a um soco no estômago.
Apenas são duas as opções de ligas nacionais na TV aberta, uma é o desconhecido e pouco competitivo futebol russo, a outra, o bom futebol alemão, do sempre campeão Bayern München, falta espaço maior ao bom comentarista Rafael Oliveira e encontrar uma equipe que o faça de maneira séria e jornalística!
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.
Me lembro um pouco do Campeonato Alemão na TV Cultura. Era o início dos anos 90, o bordão inclusive era “O futebol campeão do mundo aqui na Cultura”. Nessa época pré integração Europeia, as ligas admitiam 2, 3 estrangeiros no máximo por clube, portanto ainda haviam as “escolas nacionais”. Era um futebol pragmático, sem tanto talento mas com muita organização. A transmissão era muito cuidadosa, considerando o período que nem existia a internet como hoje a conhecemos. Sem gracinhas ou comentários inúteis. Na mesma época havia o Cálcio na Band (com o maravilhoso Silvio Lancelotti comentando com maestria) e até o Campeonato Português na Rede Manchete. Que saudade desse tempo!