Quando ouvi pela primeira vez não gostei da ideia. Depois que ouvi comentários e justificativas, comecei a gostar da ideia. Nos últimos dias a FIFA tornou pública uma discussão, a partir da voz de Arsène Wenger, de realizar a Copa do Mundo a cada dois anos. Pensando de maneira global, um ano competições continentais e noutro a Copa.
Os argumentos contrários, que ouvi até agora, se resumem em conservar o tradicional. Não ouvi algo técnico que desmereça a ideia. Quando torci o nariz, foi pela tradição, mas será que o apego a uma liturgia quadrianual, sem critério lógico, é suficiente para rechaçar a ideia? Eles dizem que a copa será banalizada. Sim, fato. Entretanto ela está banalizada. Desde 1982, a Copa passou de 16 a 24 participantes, depois disso 32 em 1998 e 2026, haverá 48. O inchaço, por si só, já é banalizar. Reduzir o período de realização não poderá banalizar mais.
As federações não-UEFA já se mostram a favor da ideia. Segundo Wenger, o menor intervalo poderá aperfeiçoar as regras do jogo, fazer jogar apenas competições com significado real, e o argumento que me convenceu, diminuir as datas-FIFA. Como todas as decisões são políticas, sabe-se que a FIFA busca o protagonismo territorial do futebol. Uma revisão de datas das seleções, acabaria, por exemplo, com a UEFA Nations League. E claro, há o interesse da entidade máxima com o lucro e a receita comercial produzida com a Copa do Mundo.
Futebol de seleção, a reveria, como temos, não faz sentido. A paixão do futebol se dá pelo clube, e é o clube que forma novos jogadores e não as seleções. A continuidade do futebol passa pelo dia a dia do clube e não das seleções. A ideia ampliar as edições da Copa, a princípio está atrelada a dois janelões FIFA anuais. Logo teríamos eliminatórias mais dinâmicas com menos jogos. O futebol dos clubes se fortaleceria, sem a necessidade dessas paradas por causa das janelas de seleções, e as competições de seleções passaram a ser anuais, mas de forma globalizadas, diferente da forma atual. Ainda é estranho pensar numa copa bi-anual, mas a ideia não é toda ruim. Se houver algum argumento válido, melhor que o conservadorismo, seria oportuno debatê-lo!
Porém, que a Copa de dois em dois anos respeite os direitos humanos e dos trabalhadores, e que seja muito diferente das situações análogas à escravidão que acontecem no Qatar.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.
Sou contra, pelo mesmo argumento citado por você: futebol se faz pelos clubes. Copa do Mundo é muito legal mas o torcedor de clube não vai sofrer se perder (talvez, a exceção tenha sido 1982, para ficarmos na história mais recente).
Meu time teve sete jogadores convocados por Brasil, Chile, Paraguai, Equador e Venezuela nesta janela, e enquanto meus amigos torcem para que nossos caras brilhem (principalmente Hulk, um dos melhores jogadores da série A atualmente), torço primeiro para que não sejam utilizados, assim a chance de lesão se restringe aos treinos.
No mais, quem dera q nossos clubes tivessem a mesma força que os ingleses, que barraram a liberação de atletas brasileiros…
Obrigado pelo comentário Fernando!