Quem pagou os $20 milhões à Federação Peruana pelos direitos de transmissão? Se foi a CBF, se sim, porque seus patrocinadores não estiveram na tela da TV Brasil? Se foi o governo a pergunta é, com qual dinheiro público enquanto mergulhamos numa crise econômica? Por que na transmissão da TV Brasil não houve transparência para mostrar a negociação?
O jogo teve um pico de 4 pontos a transmissão sem divulgação. Foi a maior audiência da história do canal na capital paulista. A média é de 0,16. O que mostra a efetividade de um bom jogo, porém, quem pagou?
A Lei Pelé determina (9615/98): “Art. 84-A. Todos os jogos das Seleções Brasileiras de futebol, em competições oficiais, deverão ser exibidos, pelo menos, em uma rede nacional de televisão aberta, com transmissão ao vivo, inclusive para as cidades brasileiras nas quais os mesmos estejam sendo realizados. (Incluído pela Lei nº 9.981, de 2000). Parágrafo único. As empresas de televisão de comum acordo, ou por rodízio, ou por arbitramento, resolverão como cumprir o disposto neste artigo, caso nenhuma delas se interesse pela transmissão. O órgão competente fará o arbitramento.
Durante a semana o governo afirmou desconhecer esta exigência. Desculpe, mas se desconhece é incompetente ou a assessoria é inadequada. A motivação não foi esta, mas passou por conta de interesses pútridos, mas aconteceu. Se há uma lei, o que prevalece, o direito constitucional ou o interesse econômico? E a pergunta que insisto, quem pagou a conta?
Ontem, 13 de outubro, o STJD advertiu Carol Solberg pela frase “Fora Bolsonaro” ao final de um evento do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia. Expressar-se desta forma é ruim, diz o tribunal da mordaça, mas o narrador de um canal público elogiar o presidente durante a transmissão do futebol pode? E elogiar a ação do ministério do meio ambiente é pútrido. O Pantanal morre queimado e a ação de prevenção nada mais é do que obrigação. Passar propaganda da agenda do executivo no intervalo do jogo é lícito, mas uma atleta gritar diante a limação das políticas públicas de afirmação social não… que país é este? Que pesos e medidas são tomadas quando os interesses políticos são justiça social. A TV pública foi ontem usada como instrumento de propaganda no mesmo dia que uma atleta foi amordaçada a lá Tiradentes.
A instrumentalização política de ontem esteva no canal que este governo perseguiu durante a campanha, limou equipes de profissionais no início da gestão, destruiu a participação das universidades, eliminou programas culturais, transformando a tela em palanque de propaganda, enchendo-o de enlatados. Parece que agora a TV Brasil serve, mas antes não… que tipo de televisão pública temos?
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.
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