QUANDO A PAUTA ESPORTIVA DA MÍDIA É A PRÓPRIA MÍDIA
O Redação SporTV é um dos melhores programas de debate. Nível elevado, foge de trivialidades e põe a própria mídia esportiva em pauta. Sempre com nível elevadíssimo de informação e argumentos. Alguns bons jornalistas, em outros espaços também fazem, mas destaco o Redação, por conta do debate estabelecido após o imbróglio do Carioca e a MP do Flamengo. Agora estamos vivemos um falso debate entre Turner e a escolha dos jogos, parece que o imbróglio continuará.
Digo falso debate porque a Turner desconsidera alguns problemas. Primeiro, 18 clubes dos 20, possuem contrato para televisão paga em vigor. A MP não altera os contratos já assinados. Segundo, a MP é provisória, deve caducar após a terceira rodada do Brasileirão, então, a aposta é alta demais para o cenário de insegurança jurídica que se estabelece.
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @professoralbio |
Diante de tudo, há algo que precisa-se discutir. Qual a utilidade de uma federação ou confederação? Se há a modernização das transmissões, porque não modernizar as ligas? Não faz sentido manter uma estrutura provinciana no futebol. Toda a insegurança jurídica que a MP do Flamengo causou poderia ser facilmente contornada se os torneios fossem formados por ligas e elas gerenciarem os direitos de transmissão. Parece que a CBF faz o mesmo que a FERJ, silêncio covarde diante das mudanças. Federações e confederações que mostram apenas intencionalidades políticas contribuem para o fracasso do futebol brasileiro.
A FERJ ao processar o Fluminense por conta das críticas do Tricolor da volta do futebol evidencia o quão inútil é uma federação. Talvez seu único papel fosse fomentar o futebol local, as federações de todo o país se mostram limitadas. Aquele 7×1 foi a oportunidade de mexermos profundamente nas estruturas caducas do futebol, mas deixamos a oportunidade passar. Talvez, e só talvez, por isso, que programas como o Redação, que levem a mídia a pauta na própria mídia sejam tão escassos. Perdemos a esperança de mudar diante de uma estrutura arraigada e obsoleta.
#somostodoscasagrande
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.