No podcast ‘Posse de Bola’, do UOL Esporte, o jornalista Mauro Cézar Pereira voltou a comentar a edição da Medida Provisória dos direitos de transmissão e a participação do Flamengo na formulação do documento, citando exemplos de como funciona a distribuição de direitos de transmissão em outros países e considera a estratégia do clube carioca discutível.
“A maior receita do Flamengo tem sido, nos últimos anos, a da televisão. Diminuiu em percentual em 2019 porque a premiação foi muito alta devido às conquistas. Isso dividiu um pouco mais o bolo, mas a grana certa que o Flamengo recebe maior é da televisão. No mundo inteiro as pessoas ainda veem futebol mais pela televisão. Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Liverpool, Bayern de Munique, Juventus, todos os grandes clubes da Europa vendem ainda direitos para a televisão”, explica Mauro.
O jornalista acredita que poderia funcionar melhor se o Flamengo procurasse outras equipes e liderasse uma negociação para a formulação da MP junto ao governo federal e que, da forma como foi feito, o clube pode ter algum prejuízo no embate com a Globo
“Foi uma coisa totalmente com caráter individual e apostando em algo que é extremamente arriscado. Vamos imaginar o seguinte uma emissora de televisão, qualquer uma, pode ser a Globo ou outra, ‘vamos comprar os direitos de todos os times da Série A, menos do Flamengo’. Ela vai mostrar 19 jogos do Flamengo e não paga um centavo ao Flamengo, zero, e mostra metade dos jogos. Metade não é pouco, TV aberta o ano passado mostrou 12 jogos do Flamengo. Isso de TV aberta, claro, você pode negociar para pay-per-view, TV fechada”, afirma Mauro.
Mauro também comenta a negociação do Flamengo com a Globo em relação ao Campeonato Carioca, que o clube foi o único a não fazer algum acerto e acabou privando torcedores de ver os jogos, além de deixar de ganhar um valor considerável até se comparado ao do novo patrocínio anunciado pelo rubro-negro.
“Essas estratégias são muito discutíveis, o Flamengo está rasgando R$ 18 milhões? Ele peitou o Globo, mas ganhou o que com isso? Poderia falar ‘Globo, vou assinar esse ano, mas é o último ano, para o ano que vem a gente tem que rever o campeonato, chamar a federação’. Aí, seria correto na minha opinião, brigar com a federação. ‘Olha, esse campeonato não pode ser esse negócio, é uma porcaria, tem que fazer um campeonato que possa me render mais, eu não posso ter um time que eu tenho com Gabigol e seus blue caps aqui, caro para caramba, para jogar essas partidas aqui inócuas'”, conclui.
Aposta nas melhores casas de apostas do dia 18 de Janeiro 2025
Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.