COMO SEPARAR FUTEBOL DE POLÍTICA?
Na segunda-feira, 08 de junho, tivemos o melhor “Bem Amigos” da década, com a presença do presidente do Flamengo. Na sexta-feira anterior, 05, Rodolfo Landim, o mesmo presidente, também esteve no Jogo Aberto. Dois momentos diferentes. Corroboro com a aproximação que Flávio Ricco vez ao pensar os dois programas, que foram verdadeiras aulas.
O Bem Amigos foi uma aula de jornalismo. Casagrande deu o tom, fez perguntas certeiras, foi na “veia”. Os demais partícipes seguiram a linha. Com educação, perguntas assertivas, que evidenciam uma postura responsável. Perguntou o que precisa ser perguntado no momento. Já no Jogo Aberto, Renata Fan e comentaristas também deram aula. Porém, de assessoria de imprensa. Jogaram confete, estenderam um tapete e foram leves nas questões proposta e não tiveram coragem de entrar em temas ásperos.
Jornalista não é agente de propaganda. É preciso ter claro que futebol e política se misturam sim. Ao entrevistar, é preciso sugar ao máximo, ir ao centro dos problemas, revirar, pôr o entrevistado na berlinda para entender o contexto. Cobrar suas parcerias, recuperar suas falas e trazer a desvelar o que é importante para o momento. Se o Jogo Aberto falhou nas questões do retorno, o Bem Amigos explorou muito bem isso.
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @professoralbio |
Nosso país não tem ministro de saúde; plano de superação do contágio; políticas públicas sanitarista adequada ao momento; um controle central e transparência dos dados. Por que voltar? Nem sabemos quando será o pico da doença, não há testes suficientes, e o covarde do presidente incentiva o terrorismo hospitalar para que leigos entrem no covil do vírus e filmem leitos de UTI. Então, quando o Bem Amigos, questionou a proximidade de Landim com o executivo federal, e a loucura inconsequente que seria a volta do futebol, acertou. São as questões do momento. A renovação de Jorge Jesus, que o Jogo Aberto bem explorou, é importante, mas longe de ser o tema do momento.
A coluna repudia a atitude execrável do sr. Presidente da República, ao se junta a alguns presidentes de clube que fazem pressão para a volta do futebol. Isso evidencia o total despreparo na condução da sociedade brasileira em meio à pandemia.
Caso você também seja contrário ao retorno do futebol brasileiro. Assine também o manifesto organizado pelo portal Ludopédia.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.