A Record foi condenada, em 1ª instância, a pagar R$ 150 mil de indenização ao ex-goleiro Sérgio Neri, que defendeu o Guarani nos anos 80. De acordo com o UOL Esporte, a Justiça considerou que a emissora cometeu excessos em uma reportagem ao retratar o ex-jogador como se estivesse em situação de mendicância. A matéria alvo da ação foi exibida em julho de 2018 no programa ‘Esporte Fantástico’.
Durante a reportagem, a emissora fez uma dramatização mostrando um homem interpretando Neri sentado na calçada com uma bebida ao lado. Em outra imagem, a matéria exibiu uma cena de moradores de rua dormindo.
“A emissora encenou uma imagem com um ator levando a acreditar que era o Sérgio Neri. Mas ele nunca dormiu na rua. A TV não colocou nem um aviso de ‘dramatização’ na tela para informar quem assistia. O Sérgio tem casa, mora com a mãe. Não é uma pessoa ‘jogada’. Essa matéria devastou a vida dele”, disse o advogado do ex-goleiro, Hamilton Zuliani.
O programa narrou problemas pessoais e financeiros vividos pelo ex-goleiro, atualmente desempregado. A reportagem da Record entrevistou Sergio Neri, a ex-companheira dele, Elaine, e uma amiga de Neri, Ivone.
Segundo a emissora informou à Justiça, a encenação de um homem em estado de indigência foi elaborada com base no relato de Ivone. Intimada pelo Tribunal a indicar provas, a Record disse não possuir.
No processo, os advogados do ex-jogador acusam a emissora de extrapolar os limites da liberdade de expressão, deturpando informações sobre Sérgio Neri com o intuito de dar audiência. “A Ré [Record] veiculou imagens não autorizadas baseando-se em depoimento de suposta ‘amiga’ do autor, em que por meio de dramatização, mostrou uma pessoa deitada em calçada, supostamente alcoolizada e em estado de mendicância, em situação absolutamente deplorável”, diz o jurídico do ex-goleiro.
“Não houve autorização para a divulgação de imagens e vídeos relacionados à vida privada do autor, mostrando situação relacionada ao alcoolismo ou indigência, veiculados fora do contexto ou em paralelo com a entrevista que concedeu. Assim, o programa apresentado foi de natureza especulativa, com intuito de auferir lucro”, acrescentou.
De acordo com a Record, “[A matéria] não teve a intenção de desvirtuar a reportagem, mas sim de demonstrar que um craque do futebol estava passando por dificuldades financeiras que poderiam ser revertidas”. Em sua defesa, a emissora afirma que se retratou no ‘Esporte Fantástico’ na semana seguinte após receber pedido de Neri. Na retratação na TV, a emissora informou que deixou explícito que o homem descrito na dramatização não era Sérgio Neri.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.