Colunista diz que jornalismo esportivo teve verdadeiras ‘pérolas’ no ano de 2019.
Este foi um ano interessante para a imprensa. No sentido negativo da palavra. Diversos jornalistas nos presentearam com tantas pérolas que fica complicado escolher quem vai ficar de fora uma possível retrospectiva.
Tivemos o ex-jogador tentando menosprezar clube europeu, tivemos o analista financeiro falando sobre a necessidade de profissionalização e logo depois mudando de opinião e houve até o jornalista esportivo que mandou um clube recusar patrocínio por causa da opção política do dono da empresa, como se os clubes brasileiros estivessem mesmo preocupados com alguma causa.
Tudo isso fica ainda mais adocicado quando pensamos nos últimos meses, após a definição do campeão nacional. Parece que a imprensa se dividiu entre os vários torcedores a favor do time carioca e a outra parte contra o time carioca. Teve diretor de Jornal sendo gravado por comemorar efusivamente o título do seu time, correndo sem camisa na redação (e demitindo o autor da gravação) e, claro, teve também a patética narração da decolagem do avião.
Então chegou o Mundial.
A discussão se polarizou novamente entre os defensores da postura dos times finalistas, qualificando graus para derrota e por mais incrível que pareça, criando graus para vitória. Guardiola, numa das suas entrevistas disse “Cada time joga da maneira que acha melhor, cabe ao oponente tentar superar o estilo de jogo que for aproveitado”. Ou se formos mais popularescos, “não existe vitória ruim, ruim é não ter vitória”.
A internet permite algo interessante: Desmascarar a bipolaridade dos jornalistas. Além dos perfis de redes sociais especializados, basta alguns cliques e fica fácil descobrir como a opinião de determinado profissional mudou drasticamente de acordo com o clube envolvido. Isso diz muito sobre a nossa imprensa esportiva atual.
Alipio Jr. @alipiojr |
Para este que vos escreve, esta é uma demonstração clara de que é preciso filtrar bem o que consumimos e o que consideramos verdade. Carlos Dorneles no seu livro “Deus é inocente, a imprensa não” repete diversas vezes que é preciso estar com o senso crítico aguçado e tentando obter o máximo de informação possível em mais de uma fonte, para não obter uma opinião deturpada sobre algo. Numa imprensa desejosa pela audiência, é ainda mais necessário fazer isso.
Este foi um ano muito complicado para mim profissionalmente e na minha vida pessoal também. Até por causa disso, estive mais ausente daqui do que gostaria pois acho que falar sobre a imprensa esportiva e interagir com todos vocês acrescenta muito. Perdoem-me, por favor. De resto quero desejar a todos um ótimo Natal e que Papai do Céu atenda aos seus pedidos, dentro da realidade.
Abraços e até a próxima.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.