Colunista analisa proposta que quer cobrar direitos de transmissão a emissoras de rádio.
RÁDIOS PRECISAM PAGAR?
Por que as rádios não precisam pagar direitos de transmissão? Existe um movimento que é liderado pelo Andrés Sanchez e Petraglia que, dentro da CBF, está comandado pelo Novelletto para exigir cobrança das rádios e afins para transmissão de jogos. Coisas que lá traz, o então Atlético/PR, já tentou fazer. Expediente já adotado em algumas competições maiores. Ao longo dos últimos dias a Rádio Jovem Pan e o Rodney Brocanelli fazem uma boa cobertura sobre o assunto. Algumas situações que se põe.
Primeiro, a cobrança poderá representar uma fase de profissionalização na relação entre clubes e emissoras. Atualmente, rádios, webrádios e outras formas ocupam um espaço. A informação, hoje, é dada e um tanto volúvel neste universo de múltiplas plataformas. Pouca coisa se cria, muito se copia, no atual modelo, inclusive o modelo off-tube de repórter longe dos gramados. Eles nem podem mais entrevistar no intervalo. Os direitos trariam uma possibilidade de pensar uma estrutura profissional para todos os agentes envolvidos e terminar com o caos que se está.
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @professoralbio |
As emissoras de rádio, via de regra, ao fazer futebol estão lucrando com a transmissão. O futebol não é um bem público. É um produto controlado por uma liga, federação ou organizadores. Não estamos falando de um jogo beneficente, uma ação social, mas de um negócio. Se for assim, as relações de mostragem e administração do negócio, precisam nortear algumas práticas. Se o veículo lucra, ele precisaria recompensar de alguma forma. O produto futebol é um produto de venda na rádio.
Mas, por outro lado, a medida de imediato poderia ser danosa à classe dos cronistas esportivos. E pelo visto, uma aplicação direcional, com uma discussão fechada à CBF pode ser danosa ao futebol brasileiro. Não vejo problemas em cobrar, mas a discussão de uma mudança de paradigmas só pode ser benéfica se envolver partes representativas de todos os setores. Não pode ser algo da cabeça de um sujeito. E pensar como isto impactará na vida dos profissionais de imprensa, que vivem um momento terrível de precarização e uberização da profissão.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.