Colunista comenta a nota de repúdio da Federação Brasileira de Técnicos de Futebol contra o comentarista Mauro Cézar Pereira e a onda de demissões na ESPN.
ESPN EM DOIS TEMPOS
PRIMEIRO TEMPO
Obrigado Mauro Cezar Pereira. Graças a nomeado jornalista descobri que existe uma Federação Brasileira de Técnicos de Futebol – FBTF. Pelo visto não tem grande peso no futebol. Seu blog tem notas de repúdio a veículos, jornalistas e um espaço de obituário. Mas nenhuma luta pela melhoria da classe federada e pelo futebol brasileiro. Não há discussão sobre tática nas ferramentas de mídia social. Concordo com os críticos que Mauro Cezar passa do ponto em alguns momentos. Eu também já passei, você leitor também deve ter passado, a FBTF ao escrever uma nota de repúdio também passou. A questão não é o ponto, mas o que uma nota de repúdio à imprensa representa. Não vou endossar críticas exageradas, mas quando um órgão representativo escrever uma nota de repúdio, ele margeia a censura. Nenhum elemento de cerceamento à imprensa pode ser apoiado. A crítica ao comentarista, ou a qualquer outro pode ser legítima, mas a limitação à atividade da crítica é inconcebível. A melhor defesa da FBTF poderia ser o desmonte dos argumentos de Mauro Cezar com números e conquistas aos trabalhos que ele contesta. Por que não forma mostrados?
SEGUNDO TEMPO
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @professoralbio |
A semana foi marcada pela onda de demissões nos canais ESPN Brasil. Triste. Ano passado o Esporte Interativo foi fechado e os canais Sportv passaram por uma restruturação. Se o Fox Sports não for comprado por um canal linear, acontecerá o mesmo, entretanto, em escala maior. Assustador perceber que aqueles que permanecem empregados se submetem a uma lógica de uberização do mercado. Caminhamos para um cenário muito perigoso diante de uma situação política econômica instável. As demissões nos canais esportivos são reflexo de políticas insuficientes para o trabalho. Há dez anos, vivíamos o pleno emprego. Hoje o desemprego é problema que parece não ter solução política-econômico a curto prazo.
Mais assustador ver a comemoração em mídias sociais de pessoas desempregadas. Ou ainda, haters indicando que A devesse estar desempregado em vez de B. Diante do desemprego não é uma questão de juízo estético de qual profissional é melhor, mas uma proposição de juízo moral. Ao desejar o desemprego alheio falhamos enquanto alteridade. Ainda que a crítica, elogiável as milhares de mensagens de solidariedade, dos profissionais do próprio canal, de vozes referenciais nos canais concorreres, mas não rivais, e das inúmeras pessoas, nas mesmas mídias, prestando solidariedade. A preferência por estilos de trabalho não pode sobrepor a luta por justiça, emprego e dignidade.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.