Coluna do Professor #252, por Albio Melchioretto

Colunista faz paralelo sobre elitização dos estádios e os altos valores para assistir futebol em casa.

 (FOTO: DELMIRO JUNIOR/RAW IMAGE)




UM EMBATE ENTRE POLTRONA E ARQUIBANCADA

A coluna de hoje é inspirada a partir de uma leitura publicada do jornal Nexo que publicou uma entrevista com o antropólogo Pedro Vasconcelos. A partir da leitura, teci algumas linhas.

A Copa América saiu de cena, voltaram as competições domésticas. O Flamengo frente a eliminação do Athletico teve um Maracanã superior a 60 mil espectadores. O Beira Rio, no mesmo dia, na eliminação do Palmeiras, frente ao Internacional, registrou o segundo público do ano, somente inferior ao confronto frente o River Plate. Dois dados que são a exceção da regra. O futebol tem elitizado-se nos estádios, migrando ao streaming e esvaziados, inclusive os botequins. Uma transformação que me incomoda. Lembro da infância de ver a torcida motivando um time. Das pessoas na rua falando e entendo sobre futebol. Acompanhando as competições. Isso, hoje, cada vez mais raro.

Um exemplo está no time da CBF. Jogo da seleção é um evento festivo das classes médias e altas. Não há torcida que vibra. Muito é fruto da arenização do futebol brasileiro. A modernização dos estádios faz parte, porém, a arenização limou um determinado tipo de público dos estádios. E isso é uma consequência que se reverte também na repercussão dos torneios. A mesarredondatização do futebol tem transformado a notícia em entretenimento raso. Existe um público que não tem condições de acessar as arenas, e um mesmo público que ao consumir notícia recebe um produto de baixa qualidade. Para onde caminharemos a longo prazo? Uma arena de show com bola e trave?

Albio Melchioretto
[email protected]
@professoralbio

Com consequência da arenização é a espetacularização. Junte com isso a marquetizaçãoda gestão. O problema destas duas transformações está na forma como esperamos o futebol. Foi geral a reclamação da qualidade dos jogos na Copa América. Na volta do Brasileirão, os mesmos que esperavam ao longo da Copa, já estava mesarredondatizados reclamando dos jogos pífios. Se nosso futebol não é o melhor do mundo, por qual motivo o espetáculo seria? Mas a criação e a venda de um futebol espetacular é pensando antes do campo. Esperamos demais do futebol. Com altas expectativas é normal vir a frustração.

Ao mesmo tempo, o futebol na casa do torcedor também tem-se tornado um artigo de luxo. Com meses e meses em quedas de assinaturas, acompanhar, fora da TV aberta está como um privilégio de poucos. Será que um futebol que se pensa como produto premium vai durar muito num pais a beira de um colapso econômico? Uma lógica de estádio com capuchino para classe alta, pay-per-view para classe média e TV aberta para classes mais pobres é um risco ao futebol e um desrespeito ao torcedor.









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