Coluna do Professor #241, por Albio Melchioretto

Henrique Neves

Atualizado :




O BRASILEIRÃO QUE VOCÊ NÃO VERÁ.

As postagens em mídias sociais podem ser importantes para pensar alguns problemas. Elas são uma rica fonte de informações para problematizar o cotidiano. Um bom exemplo é a ausência da Sociedade Esportiva Palmeiras na televisão aberta e no pay-per-view – PPV, no Brasileirão 2019. Inúmeras postagens de usuários virtuais torcendo por canais na negociação dos direitos. Algumas postagens bem fortes com palavrões, outros, a grande maioria torcendo pelo clube. No jogo entre CSA – futuro clube chinês versus Palmeiras, cartazes de palmeirenses comemorando a não assinatura com o grupo Globo. Prefiro torcer pelo time no campo e olhar mais criticamente o problema e a atuação extra-campo.

Eu já me manifestei sobre o tema em meu Twitter. Usarei a mesma lógica nesta coluna. O Palmeiras julga o valor pago insuficiência e não condizente com sua marca. A Rede Globo, pela lógica, julga que o Palmeiras não valha tanto quanto ele julga valer. Existe, ao pensar as duas partes, uma que está “mais” certa que outra? Não. Aqui não é uma briga moral de certo ou errado. Os dois lados apresentam bons argumentos . O Palmeiras tem um produto com um potencial de atração de público em boa fase e quer valorizar-se. A Rede Globo tem índices de audiência e o objetivo de venda de cotas comerciais diante de uma audiência virtual, com base dos índices já registrados. Há certo ou errado? Não, só há interesses com base no processo de lucratividade.

No jogo contra o CSA, torcedores de Palmeiras via celular transmitiram parte do jogo por meio do YouTube, com uma “live”. O sinal foi cancelado, a pedido do departamento jurídico do Grupo Globo. Uma questão de legalidade. O direito de transmissão tem um pertencimento. A mesma lógica prevalece sobre transmissões piratas na rede ou por receptores ilegais de sinal de televisão. São e estão proibidos pela lei. O fato do não-acordo não dá direito ao uso indevido de imagem. Um Estado Democrático de Direito prevê a regulamentação das ações por meio de contratos e penalidades em caso de desrespeito ao mesmo. Então, vociferar contra o canal de televisão ou comemorar a não-assinatura não faz sentido diante do regimento por meio de contratos. Mais inteligente que isto foi o movimento de cancelamento do PPV que muitos torcedores do Palmeiras motivaram via Twitter.

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@professoralbio

Quem perde, com toda certeza é o torcedor do futebol. Menor janela de escolhas. O assinante do PPV que comprou o Campeonato Brasileiro pode solicitar ressarcimento da operadora. Agora, o assinante que comprou o pacote Futebol, como é vendida a modalidade com todos os jogos do PPV (Estaduais, Série B e Séria A juntos) precisa atentar-se as letras miúdas do contrato. Ele dá direito a todos os jogos transmitimos pelo canal Premiere, mas isso não significa que todos os jogos sejam transmitidos pelo canal.

Como dito na coluna #238, este imbróglio nasce de um precedente que a própria Rede Globo criou ao implodir o Clube dos 13 para negociações individualizadas. Menos jogos da televisão e maior pagamento aos clubes. Consequência direta, desvalorização do produto Campeonato Brasileiro. É tão difícil aprender com a Premiere League como se faz?



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