Nos últimos meses muito se tem falado sobre a mudança na forma de se assistir aos eventos esportivos, como consequência dos novos tempos. E o discurso mais repetido é o de “o futuro chegou”, como se a chegada do futuro bastasse para justificar qualquer mudança, apesar dos atropelos provenientes dessa mudança.
Uma das coisas que mais me incomoda nas mudanças é a segregação que será causada. Num país de tantas disparidades como o nosso, qualquer alteração vai reverberar em muitas camadas sociais e o esporte, desafogo para tantos, deixa de ser acessível como (penso eu) deveria.
Isso não quer dizer que eu seja contra o progresso, quero que os produtos não sejam comercializados ou coisa do tipo. Longe disso. Apenas é preciso rever algumas coisas e pensar no todo.
Até por conta disso achei muito boa a parceria do DAZN com a Rede TV, por exemplo. Ao transmitir os jogos dos times brasileiros da Sul-Americana, gerou concorrência, expôs na TV aberta e demonstrou que o público está interessado no time e não no canal. É só verificar os índices de audiência do dia e a repercussão nas mídias sociais.
Alipio Jr. @alipiojr |
Quando transmite só no YouTube, como já faz com outros produtos o acesso é restrito demais. A internet no país é péssima, até mesmo em boa parte das capitais, nossa acessibilidade é péssima e televisão com acesso na internet não é tão presente assim em boa parte das residências nacionais. Explicar para o torcedor que ele será impedido de ver seu time por causa do progresso, é bem complicado.
Com o decreto do CADE, obrigando a venda de um dos canais esportivos da DISNEY, o mercado ficou alvoroçado. A notícia veiculada no blog do Ohata dá conta que o DAZN é um dos candidatos e a RedeTV! apareceu como interessada. Uma parceria entre os dois seria ótimo. Permitiria fazer algo parecido com Esporte Interativo e Facebook. A diferença é ter um jogo na TV aberta e outro na internet, expondo para todo mundo.
Já aproveita e contrata esse povo todo, para não deixar ninguém desempregado pois a audiência dos canais FOX Sports não é pequena e virá junto, mexendo com o sorriso dos anunciantes do canal.
As opções são muitas e diversas. O meu único desejo é que o futebol (e todo e qualquer esporte) esteja sempre acessível para todas as classes sociais e em todas as cidades do país onde for possível. Acho que não é pedir muito.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.