ESCONDE, ESCONDE
A última coluna do ano, tem intenção de levantar várias ideias, deixá-las soltas, sem amarrar as pontas, apenas questionar e deixar a conclusão com você, nobre leitor.
Quero listar algumas competições de futebol que já foram mostradas pelas televisões do Brasil, abertas ou fechadas e hoje já não mais desfilam pelas nossas telas.
Campeonato Belga
Campeonato Colombiano
Campeonato Escocês
Campeonato Espanhol Série B
Campeonato Francês
Campeonato Italiano
Campeonato Italiano Série B
Campeonato Japonês
Campeonato Russo
Campeonato Turco
Campeonato Ucraniano
Campeonato Uruguaio
Concachampions (fase de grupos)
Copa da Argentina
Copa da França
Copa da Itália
Copa da Liga Francesa
Copa da Rússia
Copa da Turquia
Copa das Nações Africanas
Copa del Rey
Copa México
Copa Sul-americana
Supercopas
Superliga da Índia
Taça de Portugal
United Soccer League – USL
US Cup
Há também os muitos estaduais que foram mostrados pelo Esporte Interativo e agora não sabemos como ficarão, se é que ficarão.
Muitos da lista estão em streaming, mas foco da coluna está nas transmissões em mídia televisiva linear.
A primeira transmissão esportiva no Brasil, foi em 15 de outubro de 1950, em Palmeiras 2×0 São Paulo, no Pacaembu mostrado pela TV Tupi. Futebol na televisão vem meses após a implantação do primeiro canal de televisão, futebol e televisão caminham juntos no Brasil. A lista acima, são de torneios que na última década, em algum momento ou vários, foram mostrados e desapareceram das telas. Alguns destes são mostrados em aplicativos ou mídias sociais, como já mencionei. Perdemos diversas janelas de exibição na televisão linear.
Será uma questão de modelo de negociação? Ligas, empresas ou federações? Poderia ser uma discussão para pensar o que está dado. Algo me agrada muito que é o modelo NBA de vender direitos. Ou a lógica que teremos com a próxima Libertadores, um modelo de venda fragmentado, como também é hoje o NBB e competições afins, porém, esse modelo, a moda Sul-americana trata a mídia virtual com paridade a mídia televisa, isso não caberia. A NBA pensa diferente.
Na Argentina, em 2009, discutiu-se a Ley de Medios, onde o governo de Cristina Kirchner propôs uma quebra, entre outros, do monopólio midiático por parte do grupo Clarín. Onde quero chegar com isso? Se tivermos apenas negociações livres, do preço e mercado, teremos cada vez mais o sumiço de competições da televisão e uma migração para plataformas digitais a preços cada vez maiores. Vide o que se paga por uma Seria A League Pass. Este processo, de virtualização dos direitos, tornará mais caro para o espectador acompanhar o futebol no Brasil e mundo afora. Com erros e acertos, a Ley de Medios da Argentina e o modelo NBA, tornam democrático o acesso ao futebol.
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @amelchioretto |
Ao pensar o modelo NBA é importante observar não apenas um modelo que faz a gestão dos direitos televisivos, mas pensar também o espetáculo, o equilibro entre os partícipes e uma gestão saudável entre eles, a introdução de novos jogadores, o entorno da bola. Mas daquela lista toda que especulo no início da coluna, qual política pensa a competição como um show e a televisão como parceiro? O que temos são apenas “brigas de cachorro grande” e nós, pobres mortais que penamos para o acesso democrático aos jogos de futebol. Mais do que mostrar, como mostrar e o acesso democrático. Infelizmente isso tudo é um debate interditado na mídia brasileira, como um todo. Algumas coisas em meios acadêmicos, mas muito pouco.
A você leitor, a coluna deseja um 2019 repleto de conquistas!
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.