COLUNA #201 | Campeonato de jogador único, por Albio Melchioretto

A aposta de jogador único é a criação do próprio monstro. Essa aposta é a cara de alguns campeonatos! Parece-me que esta é a tônica de algumas emissoras com alguns campeonatos. Não há o torneio, mas o nome e só isto. Todos os comentários e transmissões com um foco bem claro. A coluna de hoje olhará para o Espanhol, Francês e Italiano e como alguns canais tratam essas competições.

A transferência de Neymar, do Barcelona para o Paris Saint-Germain, fez do francês saltar do ”patinho feio” para uma ”galinha dos ovos de ouro”. Canais SporTV e ESPN lucraram muito com a competição nacional. Fox se interessou pela Copa da França; Globo protagonizou a Champions e o Esporte Interativo, trouxe ele para primeira janela. O efeito contrário é válido, a renovação dos direitos empacou com a possibilidade do jogador deixar o clube de volta à Espanha. Não o deixou.

Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @amelchioretto

O Italiano vive agora a neymarização com a chegada de Cristiano Ronaldo na Juventus. Ninguém interessou pelo certame, que foi um dos primeiros estrangeiros em nossas telas, desde anos de 1980. Com o CR7 no maior campeão da competição, segundo Portal UOL, são 4 canais interessados esportivos interessados e mais um que não foi citado. Não é a competição, mas o jogador que promove a especulação toda.

Enquanto isso, o espanhol de Messi, só voltou a mídia na semana por causa de Vinícius Júnior. Creio que ele demorará para a titularidade do clube merengue. Mas a mídia, na sexta-feira, 20, deliciou-se com a jovem estrela brasileira. Tratamos de maneira geral, muito mal, o futebol.

O que há de errado nisso tudo? São competições vendidas para a mídia por conta de um jogador e esquecem de outros seiscentos que existem na divisão. O transmissor cria uma própria armadilha. Não vende o produto, mas torna-se refém de único jogador, criando um mostro que o abocanhará. O que mostrar do Francês sem Neymar? O que há do Italiano além de Cristiano Ronaldo, e o que restou do espanhol? Há muita coisa, muito jogo bom, interessante. Agora, os transmissores precisam criar estratégias de divulgação, de efeito, de mostragem que vão além da estrela de maior grandeza. Vide o exemplo da Premier League, explorar a competição e não o jogador.

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