Os clubes brasileiros, a grosso modo, pouco exploram as próprias marcas. Quando surgem iniciativas inusitadas e assertivas tornam-se manchete da mídia esportiva geral. A abertura dos portões para treinos do Corinthians e do Palmeiras antes do segundo jogo da final do paulistinha é um bom exemplo de exploração da marca, iniciativa inusitada e de manchete. Desde a espalhafatosa decisão da polícia ao não liberar a simultaneidade dos eventos até a realização deles, notícia sempre.
O Corinthians, na sexta-feira à noite, alcançou 37 mil torcedores na Arena. O campeonato Carioca como um todo, até o primeiro jogo da final, teve quase 322 mil torcedores em 94 jogos. Único treino somou quase 12% dos torcedores de todo um campeonato. Será que alguém dirá que o carioquinha está no caminho certo e que liberar treino não é uma ação inteligente?
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @amelchioretto |
Deixando um pouco de lado os números, os clubes poderiam investir na ideia do canal próprio do clube, como é comum na Europa. Não falo de canal virtual, mas uma grade linear em operadoras de televisão. No início de 2011 até setembro de 2013 o Corinthians teve seu canal próprio em três operadoras, a TVA, Vivo e OiTV. Uma pena que a iniciativa não deu certo, mas se pensarmos o apelo que acompanhar o time, a partir dos números de treinos demonstram, porque o canal próprio não faria sentido? Aproximar o time, os jogadores ao grande público. Pensar além das quatro linhas. A baixa penetração em operadoras levou o projeto corinthiano junto a TV+ ao fechamento. Mas ainda caberia uma iniciativa deste porte, pensando os diversos elementos que envolvem os grandes clubes…
A ideia é maluca? Já tentaram e deu errado? Sim para ambas as questões. Mas estive analisando algumas grades das principais operadoras de Portugal, e por lá, canais de clube estão em pacotes básicos com transmissão e cobertura do dia a dia dos clubes, e não apenas clubes locais, mas de outros lados da Europa também, tv paga é diversidade, por que não pensar por aqui?
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.