Tenho algumas lembranças da televisão do século passado que são fortes e que marcaram minha infância. Uma delas era o Amarelinho. Mascote do SBT que animava a tela nas Copa de 1990. Em cada gol do Brasil a mascote vibrava, em cada gol sofrido ele derramava lágrimas. A copa da Itália foi a primeira copa que acompanhei de fato. Na ocasião, com antena espinha de peixe, o sinal do SCC (Sistema Catarinense de Comunicação), afiliada do SBT em Santa Catarina era único sinal que conseguia receber numa televisão de tubo. Cresci com esporte no SBT, depois veio a Copa do Brasil de 1995, F-Indy e outros. Em 2003, o SBT deixou de mostrar partidas de futebol e assim ficou inativo no esporte até agora, com o retorno da Copa Nordeste, ainda que regionalmente que por motivos óbvios não acompanhei pelo canal, mas graças as boas almas, vi fragmento de jogos postados no YouTube.
A transmissão da competição vem em parceria com os canais Esporte Interativo. Aliás, o canal de esporte do grupo Turner já firmou ao longo de sua história parecerias de diversos canais da televisão aberta brasileira. Uma maneira diferente e interessante. Na primeira rodada as filiadas do SBT na região Nordeste consolidaram-se em segundo lugar na aferição da audiência, e alguma delas, conforme apontamentos aqui do site, atingiram a marca de liderança por vários minutos. A #CopadoNordeste2018 esteve em primeiro lugar nos tópicos de discussões em redes sociais virtuais. Alguns dos comentários que tive acesso foram sucesso de crítica, além do já mencionado sucesso de público.
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @amelchioretto |
O que vi, por vídeos na rede, foram narradores com emoção equilibrada, comentaristas precisos e repórteres bem afiadas que fizeram um trabalho digno e de alto nível. A entrada do SBT na competição, marca um olhar diferente do exibidor anterior. Há uma possibilidade de grade maior, inda que engessada, em certo modo, mas não tão rígida. A televisão aberta, de maneira geral, e não apenas o SBT, desempenha papal interessante da difusão e da visibilidade do futebol e do esporte nacional. Segundo pesquisa, 69% da população brasileira acredita que informações veiculadas na TV são mais confiáveis que em outros meios, de acordo com a Advice Comunicação Corporativa e BonusQuest em dados publicados neste mês de janeiro. Se há uma confiabilidade maior neste meio, apesar do avanço da internet, o que passa na TV pesa no consumo de informações, e neste caso o SBT, evidencia que mostrar uma competição forte é de muita vantagem. As pessoas querem ver ou consumir televisão. E na outra ponta num universo onde apenas 28% dos lares brasileiros possuem acesso a televisão por assinatura, a presença de uma competição na televisão aberta possui um peso gigantesco. Números que indicam que o esporte na televisão aberta ainda é um caminho interessante e de acerto na decisão.
Embora que, “a televisão me deixou burro, muito burro demais. Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais. O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida e agora toda noite quando deito é boa noite, querida. Oh Cride, fala pra mãe, que eu nunca li num livro que o espirro fosse um vírus sem cura…” (Televisão, Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Tony Bellotto, WEA, 1985).
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.