Há uma canção de Lulu Santos que diz “Eu gosto tanto de você, que até prefiro esconder”. Lembro de um diálogo onde questionava a ação. Se gosto quero evidenciar e não esconder. Me parece estranho a proposta da canção. Ao observar há alguns canais esportivos vejo que eles conseguem explicar melhor o que é esconder. A coluna de hoje, versará sobre alguns eventos escondidos pelos canais ESPN. Não é exclusividade dos canais do grupo Disney a prática de deixar escondido competições, Globo faz com certa frequência, Band joga para a madrugada e Fox Sports, também deixa para segundo plano. Mas, como mencionei, focaremos a ESPN.
Faz duas semanas que a coluna trouxe como tema o canal ESPN Extra. Lá tangenciou este tema. Mesmo com mostragem de alguns eventos no Watch ESPN, a coluna questiona a postura dos canais lineares do grupo Disney. A lista do que não é mostrado, é grande. Pelo que apurei há o campeonatos Holandês, Escocês, Belga, Segunda Divisão do Inglês, Mexicano, liga de acesso do México, Copa da Liga Escocesa e Copa da Argentina não mostrado. Ao futebol soma-se ainda diversas provas de ciclismo de rua; alguns torneios de tênis e a Canadian Football League. Comparei nestes dias a grade para o Brasil com outras pela América Latina, onde muitas destas competições são mostradas e me pergunto, onde foi que o canal se perdeu? Neste sábado tivemos a chance de ver o clássico escocês. Mas um campeonato inteiro não é feito com clássico único. É uma construção por rodadas e por jogos.
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @amelchioretto |
O problema de grade é evidente. Há vários eventos acontecendo e os canais estão em reprises de programas e alguns jogos são mostrados exaustivamente. Algum leitor poderia questionar a qualidade técnica das competições supracitadas. Concordo que padecem e muito, entretanto, penso que cabe a televisão por assinatura proporcionar quantidade de espetáculos. Se não há espaço ao vivo, poder-se-ia criar espaços de VTs exclusivos ou repassar suas grades. São quatro sinais, 96 horas diárias de programação, então pergunto: como não há espaço para mostrar tudo o que se tem? Mas somar as horas e pensar que o canal poderia sim pensar na quantidade e na qualidade, me remete novamente a canção interpretada por Lulu Santos, “como uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer”.
Ao leitor, feliz 2018, que seja um ano com mais competições, mais qualidade e maior diversidade! Abraços.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.