Globo diz ter contrato da Copa América de 2019; delator fala em negociação de propina

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Esta matéria é originária do UOL Esporte (Rodrigo Mattos)

A Globo entende como válido um contrato de direitos da Copa América do Brasil-2019 apesar de suspeitas sobre como ele foi obtido após depoimentos relatando propinas na Justiça dos EUA. O depoimento do ex-executivo da Torneos Alejandro Burzado indicou que esse acordo foi obtido com subornos. A Conmebol rompeu a maior parte dos acordos desta época há cerca de uma semana alegando irregularidades.

Em seu depoimento, Burzaco explicou a renegociação do contrato da Copa América ocorrida durante a Copa da África do Sul, em 2010. Havia uma disputa sobre os futuros direitos da Copa América entre a Traffic e a Full Play relacionado às próximas edições.

Foi alinhavado um acordo entre dirigentes sul-americanos e executivos com previsão de pagamento de US$ 15 milhões em propinas para os cartolas. Mas, para ser válido, isso dependia do aval dos dois mais poderosos na Conmebol, Julio Grondona (da AFA) e Ricardo Teixeira (da CBF). O argentino pediu que seu colega apresentasse duas condições. Teixeira impôs duas condições, segundo Burzaco:

”Um, neste momento a primeira edição com contrato da Full Play seria em 2015, e que no contrato de 2011 que existia e a edição de 2011 que ocorreria um ano depois da África do Sul, continuaria a incluir o contrato Conmebol Traffic, isto é, que a Traffic iria finalizar a edição de 2011. E a segunda condição era conseguir apoio da Globo e conseguir para a Globo um contrato de longo prazo para o território brasileiro dos direitos da Copa América”, afirmou o Burzaco.

Em seguida, ele relata que fechou um acordo, de fato, em que foi incluído um contato para a Torneos, sua empresa para direitos da Argentina, e outro para a Globo. ”Em outras palavras, as condições de obter os direitos para a Torneos para a Argentina e Globo para o Brasil foram preenchidas e os pagamentos de propina então começaram”, completou Burzaco, em depoimento. Ou seja, segundo seu relato, o contrato da Globo para Copa América foi obtido em um contexto de negociação de propina, segundo seu relato.

Na semana passada, a Conmebol anunciou o rompimento dos contratos da Copa América com a Datisa, empresa que tinha como sócios Torneos, Full Play e Traffic, e participava do esquema. Sua intenção era fazer novamente a venda de todos os contratos de televisão. Mas, desde o primeiro semestre, a Globo apresentou um contrato próprio com a Conmebol pela Copa América que a entidade sequer tinha conhecimento. Não havia cópia na sede da confederação sul-americana.

Consultada, a Globo confirmou que tem um contrato em vigor em relação direta com a Conmebol. “Sim, temos um contrato em vigor com a Conmebol para a Copa América-2019. O contrato foi assinado direto com a Conmebol, que depois repassou os direitos e obrigações para a Datisa, mas manteve-se solidária no cumprimento das obrigações perante a Globo. Não chegamos a assinar contrato com a Datisa. O nosso contrato com a Conmebol está válido e não temos conhecimento de qualquer propina”, afirmou Pedro Garcia, diretor de Direitos Esportivos da TV Globo, por meio da assessoria de imprensa.



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