O que esperar da TV aberta na cobertura da Copa das Confederações?, por Aécio de Paula

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Falta muito pouco para a abertura da décima Copa das Confederações da história da FIFA. Sempre realizada na mesma sede do Mundial a um ano de seu início, a competição é um bela oportunidade para os amantes do futebol começarem a entrar no clima da Copa.

Quem também começa a entrar no clima da Copa do Mundo são as emissoras de TV. Assim como a última edição, em 2013, Globo e Band têm os direitos de transmissão e devem usar a competição para mudar a chave para o “modo Rússia”.

Ou seja, a partir de agora vamos ouvir muito a palavra Rússia nos jornais, nos programas esportivos e consequentemente no nosso dia a dia. É que a Copa das Confederações deve ser o start inicial para uma vasta cobertura que durará pouco mais de um ano e que acaba só com a final da Copa, no dia 15 de julho de 2018, no imponente estádio Lujniki, em Moscou. Cultura, religião, política, costumes, geografia… Queira ou não, você vai começar a conhecer a fundo aquele que geograficamente é o maior país do planeta.

Há muitas diferenças entre a Copa das Confederações de 2013 pra essa que será realizada na parte europeia da Rússia. A começar pela sede. Uma competição desse porte no Brasil exige mais do núcleo esportivo e jornalístico de uma emissora. A quatro anos atrás, as pessoas não estavam só interessadas no que acontecia dentro de campo. Elas queriam saber como estava o trânsito, se a chegada dos torcedores estava sendo tranquila, se o fechamento do perímetro exigido pela FIFA iria alterar o seu itinerário até o trabalho. Não é o caso agora.

O momento político e social também é outra diferença. No Brasil, a cobertura esportiva acabou se misturando com a cobertura dos numerosos protestos que aconteceram pelo país simultaneamente. O polêmico presidente Putin está longe de ser uma unanimidade por lá, mas é difícil imaginar que as manifestações da magnitude das vistas aqui se repitam em solo russo.

Aécio de Paula
Colunista do esporteemidia.com
@TorcidaBrasil2

Além disso, as emissoras brasileiras estão mais cuidadosas com o aspecto econômico. De 2013 pra cá a Band, por exemplo, deixou de transmitir importantes eventos esportivos como o campeonato brasileiro alegando a crise econômica. O momento não permite gastos exorbitantes. Não espere um super estúdio de vidro da Globo em frente ao Palácio de Inverno ou a Catedral de São Basílio. Pelo menos não agora.

Há também uma diferença fundamental: a ausência do Brasil. Isso provavelmente afetará os números de audiência das emissoras se comparados com as últimas edições, quando o Brasil não só estava presente, como conseguiu se sagrar campeão (2005-2009-2013). Segundo dados do IBOPE, a Globo conseguiu 34 pontos de média na grande São Paulo com a final da Copa das Confederações de 2013, entre Brasil e Espanha, no Maracanã. Por mais jogos interessantes que possamos ter na edição russa, não espere números parecidos com esse na Tv aberta. 

Mas só têm pontos negativos? Lógico que não. Vale lembrar que pelo menos duas emissoras na TV aberta irão transmitir o evento. Band vai transmitir todas as partidas e a Globo se concentrará nas principais. Isso é importante para que o evento não fique concentrado nas mãos de apenas uma empresa e que por consequência o público tenha o direito primário de escolher se vai querer assistir e de escolher aonde assistir. Afinal, no contexto de uma grande cobertura quem está no centro da discussão não é a Globo, a Band, a FIFA ou Kremlin. É o público. E ele que deve deter o poder sempre.

Nos resta esperar até sábado para o jogo de abertura entre Rússia e Nova Zelândia. SporTV e Band transmitem ao vivo. 

Que seja um campeonato espetacular!


Aécio de Paula

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