Alipio Jr. #97: Quem quer o Brasileirão?

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O Art. 42 da Lei 9.615 de 1998 foi posteriormente alterado pela Lei 12.395 de 2011 ganhou atenção da imprensa nesta semana ao ser citado pela Record, como forma de justificativa ao CADE para a sua recusa em negociar ou obter os direitos de transmissão que a Rede Globo quer tanto dividir. Essa mesma Record que vez ou outra se assanha na tentativa de comprar integralmente os direitos ou de tentar negociar com os clubes. Mas isso é assunto para outro dia.

A coluna de hoje quer falar sobre o desespero da Rede Globo em dividir os custos com alguém. Afinal, desde que o Grupo Turner entrou na jogada, a emissora precisou correr para renovar contratos com alguns e para isso, precisou adiantar um valor. Ainda que lá na frente haja uma economia ao não dar aumento a boa parte dos patrocinados, dinheiro saiu e sairá do caixa da empresa. Em tempos difíceis, algo precisa ser feito para repor.

A BAND disse não ter como abraçar os custos que uma transmissão qualificada exigiria (essa desculpa foi mais legal, admito) e evocou o modelo europeu de negociação com os clubes e até mesmo da NFL. Quem acompanha esta e as demais colunas do “Esporte e Mídia” já viu essa discussão de mudança um monte de vezes. Mas sabemos que não acontecerá.

Alipio Jr. – colunista do esporteemidia.com
@alipioj

Ao olhar os índices de audiência divulgados semanalmente, vemos que os números não são pequenos, muito pelo contrário. A emissora do Jardim Botânico colocou patrocínio em todo canto possível da tela, capitalizando o máximo possível. Então diante de tudo isso, qual é o problema?

Considero fácil de identificar o problema: É a maneira como ela quer dividir os direitos de transmissão. Percebam que uma das reclamações da Band é a possibilidade de usar o produto em diversas plataformas. Neste mundo cada vez mais conectado e com tantas mídias disponíveis, não dá para ficar restrito a transmissão televisiva de um jogo sem apelo.

Falta a Globo perceber que é melhor conceder um jogo interessante por rodada ao concorrente que interromper sua própria transmissão de 2 em 2 minutos para mostrar lances de outro jogo. Não se consegue assistir nem um e nem o outro. Ninguém vai querer exibir um produto assim, principalmente quando a conta é altíssima.

Sendo assim antes do CADE agir como apaziguador, ou seja lá o que ele pensa estar fazendo, é interessante entender que se a legislação não será mudada, as negociações com os clubes também não serão mudadas, que vá diretamente a quem está pagando a conta e pode “ajudar a ser ajudada”.

Um grande abraço e até a próxima.


Alipio Jr.

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