Hoje alguns jornais retomaram a discussão quase que semanal sobre a fórmula de disputa do campeonato brasileiro. Não há uma semana, sendo otimista, já que na verdade é há cada 2 ou 3 dias, que não se fale na mudança da maneira como o Campeonato Nacional será disputado. Só há uma certeza: O campeonato vai mudar.
No centro disso tudo, está a principal interessada na mudança. Não se iludam, acreditando que os clubes estão interessados em estádios lotados ou jogos mais emocionantes. Não é um jogo de mocinhos. O único interesse é satisfazer o patrocinador é amealhar mais alguns milhares de reais.
Pesquisando sobre a Premier League, é possível descobrir que lá os clubes podem dividir a bagatela de 9,72 bilhões de reais pelo triênio 2013 a 2016, o que dará por ano a módica quantia de 3,24 bilhões de reais para ser rateada entre os clubes da seguinte forma: Metade será dividida igualmente entre os clubes; a outra metade é dividida de acordo com a) colocação dos clubes e b) quantidade de partidas transmitidas, com no mínimo 10 para cada. Esse valor está sendo pago por 2 emissoras de tevê. E esse modelo impede, por exemplo, o que acontece hoje com alguns clubes que levaram 5 rodadas até serem exibidos na tv aberta.
O campeonato alemão, em que o poderoso Bayern sobra na turma, teve uma negociação que é um pouco menor. Lá o valor pago pela tevê é de 2,5 bilhões de euros, pelo período de 2013 a 2017.
Cito estes dois, porque são campeonatos com clubes fortes, lotados de ídolos e que boa parte conhece as escalações brincando. Os estádios vivem cheios e nós sempre tentamos assisti-los. E as emissoras de tevê perceberam isso. Estão pagando e estão lucrando muito nessa história toda, independente do poderio econômico e do momento dos demais países.
Mas e a Rede Globo nisso tudo?
Quando houve a mudança na fórmula de disputa do Brasileirão, o intuito era a modernização dos clubes e o projeto a longo prazo, evitando elencos de aluguel e que o tempo passasse sem que o dinheiro fosse bem gasto. Só esqueceram como as coisas funcionam no nosso país.
Nenhum clube se estruturou, a dívida destes só aumentou e com a implosão do Clube dos Treze, a discussão pelo dinheiro tornou-se risível, com clubes na mesma divisão, ganhando mais que o dobro do que clubes que terminaram mais de 5 posições a sua frente. O critério é não ter critério.
Neste momento em que a mudança é discutida, a Rede Globo pensa apenas na audiência. É ela quem paga a conta, tem todo o direito. A questão é que como patrocinadora, virou também a salva-vidas com empréstimos sucessivos e adiantamento de cotas. Já disse isso aqui e repetirei: É uma patrocinadora que parece jogar contra. Mais enfraquece que fortalece o seu próprio produto, sendo incapaz de fazer o que as demais Ligas fazem: Torná-lo atrativo e comercializá-lo para outros países.
Sendo assim, neste momento de discussão, negociação e da mudança mais que certa e provável, cabe aquela que noticia, fomenta, comenta, gera programas esportivos, PPV e por fim, exibições semanais, decidir o que ela será: Apenas a patrocinadora atenta a tudo e opinando nas escolhas, a real influenciadora que no final decidirá como vai ser ou alguém que vai pagar, independente do que os clubes decidirem, o valor milionário no final. Ficar em cima do muro é que não dá mais.
Abraços.
Alipio Jr. – colunista do esporteemidia.com
@alipiojr
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.