Como será o amanhã?, por Alipio Jr.

Alipio Jr. – colunista do esporteemidia.com
@alipiojr

Como será o amanhã?

Nesta semana finalmente houve a confirmação oficial da aquisição dos direitos da Liga dos Campeões pelo Esporte Interativo. Conforme você viu aqui no próprio Esporte e Mídia, foi preciso lutar ferrenhamente pelos direitos da Liga Europa, aquela competição para onde vão os eliminados da Champions em conjunto com alguns dos campeonatos nacionais que não conseguiram vaga na tão sonhada competição. Se torcerem muito, terão alguns clubes dos chamados grandes eliminados e poderão causar um interesse na competição. Somando isso a perda dos direitos de exclusividade do Campeonato Italiano, Premier League, Bundesliga e até mesmo o Campeonato Holandês, começo a me perguntar: Como será o amanhã da ESPN?

Lembro de uma época em que não era tão fácil ter acesso a tevê por assinatura. Era um sonho de consumo poder ter a ESPN e acompanhar todo e qualquer evento esportivo possível. Até os que não me interessavam ou que nunca havia ouvido falar. Afinal, onde mais assistiria um clássico ucraniano ou jogos da MLS (Major League Soccer) antes do derrame de contratações que ela teve? Hoje vejo o canal comemorar transmissão do futsal, já exibido há tempos pela SporTV e campeonatos das divisões de base, que trazem pouco ou nenhum interesse. Tendo a chance de inundar sua grade com os jogos de janeiro da Copa São Paulo de Juniores.

Quando olhamos a programação diária e semanal do canal, já notamos uma dezena de debates esportivos distribuídos pelos 3 canais da emissora e reprises exaustivas dos poucos eventos em que possui os direitos. Você pode ser fã de Rugby e gostar da transmissão dele no canal, mas duvido que assistir ao vivo e a vários VT’s de Fiji vs. País de Gales seja tão interessante. Com 3 canais no line up de programação, era possível a transmissão e uma oferta ímpar de eventos, cobrindo campeonatos distintos, tênis, vôlei e o que mais for possível. Mas agora, qual será o futuro?

O conglomerado Disney logo sofrerá as consequências. Com tantos eventos migrando para a concorrência, sobrará uma negociação para retransmissão de uma parte desinteressante ou que envolva confrontos inexpressivos no que tange ao futebol, a NFL restrita ao período noturno, alguns ATP´s e, vá lá, o “emocionante” Campeonato Russo e coisas similares. As consequências que me refiro são a óbvia queda de audiência, que fará as Operadoras de TV por assinatura em pouco tempo renegociarem os valores de retransmissão do sinal, já que pagarão mais para emissoras detentoras dos eventos que atraem o grande público.

Restará a ESPN sugar o possível dos eventos que possui e ocupar sua grade ao máximo. Afinal, não dá para discutir 5x ao dia os mesmos eventos. Ainda que sejam comentaristas diferentes, há um esgotamento claro do evento e das possibilidades a serem discutidas. Além disso, será possível diversificar os programas da casa, como bem fez o Fox Sports, antes de ter mais eventos. Criar alternativas que fujam da mesmice enquanto tenta um acordo que lhe permita voltar a disputa e ao jogo. Ou movimentam-se ou serão engolidos pela concorrência, como vem acontecendo aos poucos.

Abraços,


Alipio Jr.

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