Se tem uma história que me pegou de jeito recentemente, foi a da Yngrid. Ela não só saiu de um assentamento no Piauí para vestir a camisa da Seleção Feminina, como fez esse trajeto todo na raça. Yngrid, natural de São João do Piauí, mora num assentamento chamado Marrecas, e ali mesmo começou a chutar a primeira bola.
Mas o caminho para o sonho não foi fácil. Desde a primeira peneira, a família precisou se desdobrar em vaquinhas para que ela e seu irmão pudessem tentar a sorte.
Três dias de ônibus e um sonho em Porto Alegre
Yngrid contou que, quando surgiu a chance de uma avaliação na Bahia, foi preciso reunir a comunidade para bancar a viagem. E não parou por aí. Quando veio o teste definitivo para o Inter, em Porto Alegre, foram três dias e meio de ônibus.
Imagine o desgaste e a ansiedade de uma adolescente de 14 anos viajando tanto tempo rumo a um futuro incerto. Mas ela foi, se avaliou, esperou semanas pelo resultado e, quando finalmente recebeu a resposta positiva, sua vida mudou.
“Até hoje estou lá, muito feliz”, disse Yngrid emocionada.
E não é só o talento dela que chama atenção, mas a força de vontade da família, que sempre acreditou no potencial da menina.
Enquanto Yngrid aguardava a idade certa para entrar em um clube, sua mãe, que sempre jogou no gol, e seu irmão deram aquele suporte fundamental.
“Sempre pergunto o que posso melhorar”, contou a jovem.
Convocação e o desafio do Mundial Sub-17
Yngrid tem muito o que comemorar: o título brasileiro Sub-17 com o Inter e a convocação para o Mundial. Ela não segurou as lágrimas quando foi chamada pela primeira vez para a Seleção. E como segurar?
É aquele momento em que todo esforço faz sentido. Agora, o foco é o desafio de levar o Brasil adiante na Copa do Mundo Sub-17. A seleção precisa vencer a Polônia para seguir na competição, e Yngrid já mostrou que tem nervos de aço para enfrentar qualquer desafio.
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Amanda Alvarez aprendeu com o seu pai todas as regras do futebol. Podia ser árbitra, se não tivesse escolhido o Jornalismo com ênfase em cobertura esportiva. Esteve nas Copas do Qatar e da Rússia, repercutindo o Mundial de Futebol para o público brasileiro. Torcedora do Santos, é súdita do Rei Pelé e Lucas Paquetá.